segunda-feira, 18 de junho de 2012


O anarquista que (também) amou Brasília
Carlos Reichenbach, um dos ícones do cinema brasileiro, gostava de destacar seu amor pela cidade onde ganhou prêmios e homenagens. Correio Bsb 16/04
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A frase “meu sangue é nobre, mas meu coração está na zona”, saída do roteiro do filme Lílian M., relatório confidencial (1974) — apresentado em caráter de homenagem, há quase dois anos, em Brasília —, diz muito do diretor Carlos Reichenbach, que, a partir do seu cinema, em fins dos anos de 1960, assumiu a dualidade de contemplar “o erudito e o popular”. O contraste extremo — uma das marcas dele, que assumiu êxitos como os 500 mil espectadores de Lílian M. e acumulou fracassos comerciais como Filme demência (1986) — se delineou até na morte, por parada cardíaca fulminante, ocorrida justamente no dia de nascimento: 14 de junho, com 67 anos de distância.

Cinéfilo incorrigível, o gaúcho criado em São Paulo manteve uma relação estrita com Brasília. Se a acolhida do filme Alma corsária foi uma “catarse pública”, consagrada no Festival de Brasília, Reichenbach soube pontuar a gratidão: “Foi o melhor momento da minha vida, diante de uma enorme receptividade. Era o primeiro filme, nos anos 1990, a retratar um período traumático da história brasileira”.

Incentivado ao fazer cinematográfico justamente por Paulo Emílio Salles Gomes, criador do Festival de Brasília, Carlos Reichenbach, o Carlão, manteve íntimo o contato com a capital do país, pela inclusão de filmes como Garotas do ABC (2003) e Falsa loura (o último trabalho, em 2007) no certame local. Sem constrangimentos, o diretor — que adotou escrita autobiográfica, em muitas das fitas — mantinha pública a comunicação, até em momentos de agravamento da saúde. No palco da Sala Villa-Lobos, em 2010, escancarou: “Tenho uma catarata nuclear — não estou enxergando muito bem, mas estou pensando muito bem”.

Boca do Lixo
Com afiada racionalidade, seguia desarmando supostas contradições, como a de entrelaçar conceitos de cinéfilo experimentado — formado sob a tutela de Luís Sérgio Person — com dados da “chanchada underground” e destacadas experiências pela famosa Boca do Lixo (em que compareceu com A ilha dos prazeres proibidos e O império do desejo).

Em ação, depois da passagem pela Escola Superior de Cinema São Luis (SP), Reichenbach mesclava de Jean-Luc Godard a José Mojica Marins, passando pelo cinema japonês e por pegada marginal (ou “pós-novo”, como cunhou), com autenticidade ímpar. Bebendo de Humberto Mauro a Dercy Gonçalves, em Alma corsária, se disse influenciado, na verdade, pelo “cinema brasileiro”. Neto do primeiro litógrafo do Brasil e filho de editor, a literatura deu muita base para o desenvolvimento em cinema, numa estrada de grandes méritos como o fato de ter sido considerado o Fassbinder brasileiro, no importante festival holandês de Roterdã.

Longe da elite
Ainda com láureas como as conquistas de prêmios em Pesaro (Itália) e Locarno (Suíça), o que interessava ao diretor era conquistar um público C e D, de preferência, por meio da “poética do prosaico”. As classes menos favorecidas, provando a veia de Carlão (como sempre foi chamado) de “aluno anarquista” , bateram ponto em fitas como Garotas do ABC (2003), ficção em torno das batalhadoras operárias têxteis e Anjos do arrabalde (1987), com os dramas multifacetados de professoras da rede pública. Falsa loura, com a brasiliense Rosanne Mulholland inserida no universo do proletariado, foi outro título que explorou a fragilidade feminina diante do amor. Pelo humanismo e por aspectos políticos (a inaugural greve das operárias foi fator decisivo para Garotas do ABC), Reichenbach foi identificado pelo diálogo com estrangeiros como Roberto Rossellini e Vittorio de Sica.

Resistente ao período do regime militar brasileiro, o diretor enfrentou a ação da censura, por fitas como O império do desejo (1980), no qual se despiu “em nível existencial” e foi rotulado de autor de “espetáculo pornográfico”, e Amor, palavra prostituta (1979), perseguido pela pressão, supostamente, exercida para a liberação do aborto. Tolhido nas artes, Reichenbach respondeu, a longo prazo, dotando de ampla sensibilidade os protagonistas, e ex-guerrilheiros, de Alma corsária (com Bertrand Duarte, na pele de um poeta) e Dois córregos (1999), protagonizado por Carlos Alberto Riccelli e Beth Goulart. Crítico antenado, Carlos Reichenbach não fez vista grossa às mazelas do Brasil contemporâneo: em Bens confiscados (2004), atacou instâncias da corrupção endêmica e da mais-valia da escala de influências das ditas autoridades.


Principais premiações

Candangos
(Festival de Brasília do Cinema Brasileiro)
Prêmio especial do júri — Garotas do ABC (2003)
Melhor filme, diretor, roteiro, montagem e favorito da crítica — Alma corsária (1993)

Kikitos
(Festival de Cinema de Gramado - RS)
Melhor filme — Anjos do arrabalde (1987)
Melhor diretor e favorito da crítica — Filme demência (1986)
Menção especial — Extremos do prazer (1984)

Cine Ceará
Melhor diretor — Bens confiscados (2004)

Cine PE
Melhor filme — Bens confiscados (2004)

Festival de Roterdã (Holanda)
Filme inovador do ano —  Filme demência (1986)

Festival de Pesaro (Itália)
Melhor filme — Alma corsária (1993)

Festival de Locarno (Suíça)
Representante brasileiro em competição — Dois córregos — Verdades submersas no tempo (1999)


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Livro inédito flagra maturação de Drummond

"Os 25 Poemas da Triste Alegria", reunião de textos do início dos anos 1920, apresenta a trajetória de formação do poeta. FOLHA SP 16.06

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Não há dúvida de que o primeiro livro de poemas de Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) se chama "Alguma Poesia" e foi publicado em 1930. Está em qualquer manual escolar.

Surgia ali um poeta já inteiramente afinado com o espírito modernista, mas com uma personalidade poética muito própria, diferente de seus contemporâneos, como Mário (1893-1945) e Oswald de Andrade (1890-1954), ou Manuel Bandeira (1886-1968) e tantos outros.

No entanto, essa conversão ao modernismo não se deu sem um "impulso especulativo", para usar uma expressão do crítico John Gledson no seu famoso estudo "Poesia e Poética em Carlos Drummond de Andrade", de 1981.

O jovem Drummond revolveu com determinação cada um dos principais assuntos que movimentavam a vanguarda brasileira, como o tema do nacionalismo, da busca pela cor local, da linguagem coloquial, da nossa sempre intrincada relação com as influências externas (no caso, europeia) etc.

ADESÃO MODERNISTA

A prova dessa buscada maturação é a edição agora de "Os 25 Poemas da Triste Alegria", que reúne poemas anteriores a "Alguma Poesia" e artigos escritos entre 1923 e 1924, em revistas e jornais.

Nesses poemas, encontra-se um poeta ainda muito ligado ao floreado "penumbrismo", corrente estética da belle époque, capitaneada pelo gaúcho Álvaro Moreyra. Era uma poesia marcada por uma melancolia e uma ironia pouco autênticas.

Apesar do uso do verso livre, havia muita ternura, humildade, jardins, quintais, estrelas e flores indiferentes, sombras inúteis e tantas outras imagens um tanto postiças e abstratas -muito diferente da poesia concreta que ele viria a realizar, pouco tempo depois, em "Alguma Poesia", na qual a melancolia e a ironia deixariam de ser um estilo para se tornar tema, com corrosivo humor.

Por este material, percebe-se que não foi uma trajetória fácil: houve uma complexa reflexão na trajetória de adoção da estética divulgada pelos paulistas da Semana de Arte Moderna de 1922.

O grande ponto de virada para o jovem poeta mineiro foi a passagem, em 1924, da animada "caravana modernista" pela provinciana Belo Horizonte, principalmente pela possibilidade de estreitar amizade com Mário, com quem Drummond começou a se corresponder.

LONGA HISTÓRIA

Mas vale recompor a história do datiloscrito de "Os 25 Poemas da Triste Alegria", como conta Antônio Carlos Secchin no prefácio da edição atual.

Uma cópia datilografada e organizada como um livro foi dada de presente pelo poeta, em 1937, ao amigo Rodrigo Melo Franco de Andrade, que depois a emprestou a Manuel Bandeira, que, por sua vez, a devolveu a Drummond.

A cópia desapareceu na quadrilha, surgindo muitos anos depois no acervo de um bibliófilo carioca.

Essa coletânea de versos contém algumas camadas: a dos poemas, escritos no começo dos anos 1920; depois, os comentários de Drummond, feitos em 1937.

Neles, o poeta também incluiu algumas observações de Mário de Andrade, enviadas por carta, em 1924.

São três leituras: a dos poemas em si, a do autor de "Pauliceia Desvairada" e a de um Drummond que, em 1937, já estava escrevendo os poemas decisivos de "Sentimento do Mundo" e que reconhecia que aqueles poemas eram "exercícios à moda do tempo, tímidos e mecânicos".

O livro ainda traz cinco artigos de Drummond essenciais para entender a sua transformação, em tão curto espaço de tempo.

Além disso, há também uma entrevista com o poeta Emílio Moura, de 1952, lembrando da vida literária de Belo Horizonte nos anos 1920.

Essa pequena reunião de textos, como "Sobre a Arte Moderna", "As Condições Atuais da Poesia no Brasil' e "Poesia Brasileira", por exemplo, permitem perceber, de perto, as especulações (e admirações) do poeta mineiro nessa época, avaliando a produção do período -com seus parnasianos, penumbristas e modernistas.

HEITOR FERRAZ MELLO é poeta, autor de "Um a Menos" (7 Letras)
OS 25 POEMAS DA TRISTE ALEGRIA
AUTOR Carlos Drummond de Andrade
EDITORA Cosac Naify
QUANTO R$ 79,90 (144 págs.)
AVALIAÇÃO ótimo


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RIO + 20.  Conselhão fará encontros durante a Rio+20 para mobilizar sociedade civil dos Brics pelo desenvolvimento sustentável. www.planalto.gov.br
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População extremamente pobre de 453 municípios terá ajuda de R$ 17 mi neste ano para qualificar assistência farmacêutica. www.planalto.gov.br
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Cientistas pressionam por sustentabilidade na Rio+20
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Criador do termos “biodiversidade”, Thomas Lovejoy explica como o Brasil pode liderar o mundo na era da sustentabilidade.   www.planetasustentavel.abril.com.br
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CINEMA
Longa sobre Belo Monte encerra festival
O Auditório Ibirapuera (av. Pedro Álvares Cabral, s/nº, portão 2; tel. 0/xx/11/3629-1075) exibe hoje, às 19h, o documentário "Belo Monte, Anúncio de uma Guerra", de Andre D'Elia. O longa sobre a hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, encerra o Festival Continuum, do Itaú Cultural. A entrada é gratuita. FOLHA SP 17.06
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BRASIL BUROCRÁTICO
Lei impõe barreira para bolsas de estudo
Empresas passam a pagar contribuição ao INSS se gasto com funcionário superar valor previsto em nova regra.  Para especialistas, aumento de encargo deve desestimular as empresas a investir em educação profissional. FOLHA SP 17.06
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Lei aprovada por Dilma Rousseff em outubro de 2011 criou regras para tributar empresas que concedem bolsas e subsidiam a educação de seus funcionários.

Até então, as empresas estavam isentas de pagar contribuição previdenciária sobre os benefícios educacionais que concediam.

Pela lei nº 12.513, patrões e empregados têm agora de recolher contribuição à Previdência se o valor mensal da bolsa de estudo for superior a R$ 933 (uma vez e meia o valor mínimo do salário-de-contribuição, hoje de R$ 622, valor do salário mínimo) ou superior a 5% da remuneração do trabalhador. Entre os dois, vale o maior valor.

Isso significa que, se o trabalhador receber R$ 1.000 de salário, a bolsa fica isenta de contribuição se não ultrapassar R$ 933 mensais (maior valor, já que 5% do salário seriam R$ 50 mensais).

Se a bolsa concedida for de R$ 1.500, por exemplo, a empresa terá de recolher 20% sobre R$ 567 -resultado da diferença do valor da bolsa e o limite de isenção (R$ 933).

No caso do trabalhador, usando o mesmo exemplo, essa diferença (R$ 567) é somada a seu salário. E sobre o salário total ele recolherá contribuição de 8% a 11%, conforme sua faixa de salário (veja quadro nesta página).

"A legislação anterior não tinha essa barreira. Com esse limite, as empresas precisam estar atentas para não serem autuadas pelas Receita Federal", diz Camila Borel Barrocas, do Martinelli Advocacia Empresarial.

DISCURSO x PRÁTICA

A indústria farmacêutica vê com preocupação a mudança. "O discurso do governo federal, de estimular a inovação, não bate com a prática. A nova lei encarece a folha de salários e desestimula investimentos em educação", diz Nelson Mussolini, vice-presidente-executivo do Sindusfarma, que representa 140 indústrias, responsáveis por 85% do mercado.

José Pastore, professor de relações do trabalho da USP, tem a mesma opinião.

"É um retrocesso, pois o recolhimento tem de ser feito tanto pela empresa como pelo empregado."

Companhias têxteis, metalúrgicas, de plástico e de prestação de serviços informaram que ainda estudam a lei. Mas a tendência, segundo executivos de recursos humanos dessas empresas, é reduzir a concessão de bolsas para reservar parte dos investimentos para pagar os encargos.

SETORES

Setores como farmacêutico, petrolífero, de mineração e bancário -que subsidiam cursos mais caros devido a processos tecnológicos mais avançados- tendem a ser mais punidos.

"É um absurdo o governo pedir apoio ao setor privado para bancar, por exemplo, parte das 100 mil bolsas do Programa Ciência sem Fronteira e do outro lado cobrar encargos", diz Pastore.

Estudo feito há três anos pela USP mostra que o Brasil está "engatinhando" no campo de investimentos em educação feitos pelas empresas.

No país, estima-se que existam cerca de 300 universidades corporativas mantidas pelas empresas -apenas 10% das existentes nos EUA.

CONFLITO X BENEFÍCIO

Para os empresários, um ponto positivo da nova lei é que ela acabou com a obrigatoriedade de oferecer bolsas a todos os funcionários. Mas eles admitem que pode haver conflitos trabalhistas, com empregados e com sindicatos, por causa disso.

"Se a regra do jogo muda, como essa mudou, e a empresa cancela o benefício, pode haver outros problemas. A CLT não permite que se façam alterações unilaterais em benefícios concedidos", diz Carlos Vianna Cardoso, especialista em direito do trabalho e previdenciário do Siqueira Castro Advogados.

A advogada Sarina Sasaki Manata, da assessoria jurídica da Fecomercio SP, diz que a tendência é mais empresas recorrerem ao Judiciário para não ter de pagar contribuição sobre bolsas concedidas.


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ANA DE HOLLANDA E JOSÉ DO NASCIMENTO JUNIOR
Os museus para o futuro
Em 2009, foi criado uma autarquia federal ligada ao Ministério da Cultura para cuidar dos museus -são 3.100, espalhados pelo país. FOLHA SP 17.06
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Em meio a uma crise mundial, o Brasil se mostra preparado para enfrentar o futuro. Nossa economia está forte, as ofertas de emprego em alta, a renda do trabalhador tem aumentado e a preocupação com nossa memória e a busca por mais oferta cultural é crescente.

A Rio+20 dá início a uma série de eventos mundiais de grande porte que o Brasil recebe neste e nos próximos anos: Jornada Mundial da Juventude e ICOM, em 2013; Copa de Mundo em 2014; Olimpíadas em 2016. Nós, da área cultural, estamos trabalhando em conjunto com outros setores do governo e da sociedade para que tudo isso deixe um legado para o país e para seu povo.

Com mais de 3.100 museus, o Brasil ainda tem muito a avançar nesse campo, precisando mais e mais de investimentos.

Criado em 2009, o Instituto Brasileiro de Museus é a autarquia federal ligada ao Ministério da Cultura responsável pela Política Nacional de Museus e pela melhoria dos serviços do setor museal. Entre suas prioridades, está a universalização do acesso à memória do Brasil.

Além de administrar 30 museus federais, ele promove importantes ações de divulgação, qualificação e fomento do setor museal. Desde março, o instituto vem percorrendo os Estados brasileiros com o projeto Conexões Ibram.

O objetivo é disseminar o desenvolvimento de temas estruturantes para a área museal e pactuar metas com Estados e municípios. O plano de ação conjunta, resultado dos encontros, orientará as políticas do Ibram para os próximos anos.

O Programa de Fomento Ibram 2012 lança dez editais para apoiar e premiar iniciativas que vão da construção e modernização de museus até a memória do esporte olímpico, passando por incentivo a artistas contemporâneos e experiências de memória social. Neste ano, também será realizado o 5º Fórum de Museus, que reunirá cerca de 2.000 pessoas para debater as diretrizes do Plano Nacional Setorial de Museus (PNSM) entre 2010 e 2020.

Além disso, eventos como a Semana Nacional de Museus, cuja décima edição foi realizada entre 14 e 20 de maio, e a Primavera dos Museus, que terá sua sexta edição em setembro, integram instituições museais de todo o país. A partir de um mesmo tema, os museus são convidados a propor ações que intensificam suas relações com a sociedade.

Considerando os museus como instituições estratégicas de inclusão social e de garantia de direitos culturais, o Ibram se empenha em ampliar ações de promoção, valorização, preservação e fruição do patrimônio museológico brasileiro e acredita que o Brasil está olhando para o futuro ao colocar a memória como fator de desenvolvimento social e de fortalecimento da cidadania.

ANA DE HOLLANDA, 64, é ministra de Estado da Cultura
JOSÉ DO NASCIMENTO JUNIOR, 45, é antropólogo e presidente do Instituto Brasileiro de Museus

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