quinta-feira, 24 de maio de 2012
A crise internacional e
o Brasil Blog:
www.luisnassif.com.br 22/05/2012
-
A crise internacional
afeta o Brasil nas seguintes frentes:
A estagnação da Europa
reduz as exportações brasileiras para lá, ao mesmo tempo em que gera excedentes
da produção europeia.
Também impacta as
exportações da zona asiática, afetando preços de commodities agrícolas e
minerais, com impactos especialmente sobre Brasil e América Latina.
Aumenta a guerra
comercial, com europeus e asiáticos tentando desovar seus excedentes nas
economias emergentes. O real desvalorizado aumenta o preço de produtos
importados - dentre os quais máquinas e equipamentos. Mas a crise internacional
leva os países produtores e reduzir seus preços em dólares.
***
Em relação à crise de
2008, o país têm as seguintes vantagens:
A constituição de
reservas cambiais e a solidez do sistema bancário torna o país menos exposto ao
trancamento de crédito.
Em 2008 a Fazenda teve
que jogar quase sozinha na implementação de medidas anti-cíclicas. Agora, o
Banco Central rompeu a paralisia dos últimos 20 anos e se tornou pró-ativo.
Mas não pode contar com
outras vantagens da crise de 2008:
Na primeira onda de
crédito, havia uma enorme demanda reprimida. Em um primeiro momento, o
atendimento da demanda permite saltos no mercado. Atendida a demanda, o
crescimento do mercado passa a ser incremental. Só seria auto-sustentado se
esse impulso inicial tivesse se transmitido para a cadeia dos fabricantes. A
desatenção para o câmbio fez com que a maior parte desse aumento de consumo
fosse apropriado pelas importações.
Não é tarefa trivial a
recomposição da cadeia produtiva da indústria. Nos últimos 20 anos, o câmbio
apreciado mudou estruturalmente a cadeia de fornecedores da indústria - mais
agudamente no período 2003-2010. Hoje em dia, a invasão dos importados -
especialmente os chineses - já se dá em nível dos terceiro e quarto círculos de
fornecedores. Ou seja, o fornecedor do fornecedor do fornecedor já enfrenta
concorrência chinesa. Encarecendo os importados, há um longo e penoso processo
de reconstrução da cadeia produtiva, sem a menor possibilidade de se obter
resultados imediatos.
Com a possível estagnação
da América Latina, reduz ainda mais o potencial de exportação de manufaturados
brasileiros.
***
Há um conjunto de
elementos não-mensuráveis no momento, com implicações no médio prazo.
Na China, um
redirecionamento do seu modelo de crescimento, focado mais no mercado exteno.
Algumas análises
apressadas previram redução da demanda por commodities metálicos (devido à
menor exportação de bens duráveis) e manutenção da demanda or commodities
agrícolas (destinada à alimentação interna).
É análise enviesada que
supõe que os novos consumidores chineses não adquirirão eletroeletrônicos, bens
de consumo durável. Além disso, em todo
processo de fortalecimento de mercado interno, a construção civil desempenha
papel central. E é o setor que mais consome produtos siderúrgicos. Portanto,
embora possa haver uma redução da demanda global por commodities, certamente
será passageira.
Na Europa, uma forte
reação política enfraquecendo a postura prussiana do Banco Central Europeu, da
Alemanha e da Inglaterra. A médio prazo significará um abrandamento do
fiscalismo suicida europeu.
>>>>
Proposta transforma em lei decisão do STF
Comissão do Senado aprova
união estável entre homossexuais. www.uol.com.br 24.05
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A bem-vinda Lei de Acesso à Informação
Valor Econômico - 24/05/2012
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Entrou finalmente em
vigor na semana passada a Lei nº 12.527, de 2011, que regulamenta o direito de
acesso às informações públicas dos órgãos dos três Poderes da União, Estados e
municípios.
A chamada Lei de Acesso à
Informação já estava prevista na Constituição de 1988 e só foi sancionada em
novembro. O que espanta não é ter levado 24 anos para virar lei, afinal, várias
outras determinações da Constituição ainda não foram regulamentadas, mas sim o
fato de, decorrido tanto tempo, serem poucos os órgãos públicos preparados para
cumprir a nova lei e fornecer informações aos cidadãos. De sete Estados
consultados pelo Valor, apenas dois se declararam aptos a atender a demanda de
informações pelos cidadãos no dia da entrada em vigor da lei, quarta-feira da
semana passada, e um prometia estar pronto no dia seguinte.
Apesar de tudo, a entrada
em vigor da nova lei é importante passo no avanço da democracia e
fortalecimento da transparência pública. O primeiro país a desenvolver um marco
legal sobre acesso do cidadão à informação foi a Suécia, em 1766. Os EUA
aprovaram sua Lei de Liberdade de Informação em 1966. Na América Latina, a
Colômbia foi pioneira ao criar, em 1888, um código que liberou o acesso a
documentos do governo. A legislação mexicana, de 2002, é considerada exemplar
pela criação de sistemas rápidos de acesso.
Na legislação brasileira,
o acesso à informação é a regra; e o sigilo, a exceção. Ela estabelece que
qualquer cidadão pode pedir informações aos órgãos e entidades públicas a
respeito de dados, documentos, atividades, políticas e serviços públicos.
Apenas as informações relativas à vida privada terão acesso restrito. Os órgãos
públicos precisam classificar as informações mais sensíveis pelo tempo que
deverão ficar sob sigilo nas categorias de ultrassecretas (25 anos), secretas
(15 anos) e reservadas (cinco anos).
Nesse processo, o Banco
Central (BC) saiu na frente. No mesmo dia da entrada em vigor da lei, o BC
resolveu mudar o regulamento do Comitê de Política Monetária (Copom), passando,
já a partir da reunião da próxima semana, a informar os votos individuais dos
sete diretores do comitê no comunicado emitido após a decisão e na ata
divulgada uma semana depois. Além disso, as informações, apresentações e
documentos expostos como subsídios das reuniões do Copom serão tornados
públicos após quatro anos.
O Copom foi criado em
1996 e quando passou a ter como objetivo zelar pelo cumprimento das metas de
inflação, em 1999, discutiu-se a possibilidade de abrir os votos dos membros do
comitê. Não houve consenso e prevaleceu o segredo. Poucos bancos centrais
divulgam o registro dos votos das decisões tomadas, segundo o Banco para
Compensações Internacionais (BIS). Pesquisa realizada em 2009 entre os 47
membros do grupo de governança de bancos centrais do BIS, do qual faz parte o
Brasil, apurou que as decisões são tomadas por voto em 44% deles e em apenas 19%
esses votos são identificados. Em 41% as decisões são tomadas por consenso; e
em 15% o presidente é quem decide. Divulgam os votos o Federal Reserve (Fed,
banco central americano) e o Banco da Inglaterra; não identificam os votos o
Banco do Japão e o Banco Central Europeu.
A decisão do BC de
divulgar os votos após a Lei de Acesso à Informação causou alvoroço entre
ex-diretores. Para alguns, os membros do Copom com posição contrária às do
governo ficariam vulneráveis a pressões ou até demissões, uma vez que não
possuem mandato fixo. Parece claro, porém, que a divulgação dos votos fortalece
a autonomia do Copom e melhora a comunicação do BC com o mercado.
A discussão ganhou fôlego
neste momento por causa dos comentários de que o BC estaria sendo pressionado a
reduzir os juros. A realidade, porém, é que é grande a sintonia entre o BC e o
restante do governo neste momento.
Além disso, são raras as
diferenças de posição dentro do Copom. Nas 166 reuniões até agora realizadas,
em apenas 25 não houve consenso. A divergência geralmente ocorre quando está
difícil diagnosticar o que está acontecendo na economia. A polêmica se desfaz
quando novas informações surgem e dissipam as dúvidas. Recentemente não houve
consenso na famosa reunião de agosto de 2011, quando o Copom optou por reduzir
os juros, com dois votos a favor da manutenção da taxa, quando todo o mercado
apostava na alta; e em março deste ano, quando dois diretores não queriam
aumentar o ritmo do corte dos juros.
A dianteira do Banco
Central vai ao encontro do interesse público. O BC é o órgão federal que mais
pedidos de informação recebeu até agora.
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Rio+20 contará com parque temático ambiental. O Estado
de S. Paulo - 24/05/2012
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Espaço, localizado na
Quinta da Boa Vista, terá diversas atividades gratuitas, como simulações de
desastres ambientais, mostra de cinema e palestras
A Rio+20 terá uma espécie
de parque temático ambiental. Durante dez dias, o Green Nation Fest permitirá aos
visitantes vivenciar o efeito da ação do homem sobre diferentes ambientes, em
tendas montadas numa área de 15 mil metros quadrados, na Quinta da Boa Vista,
zona norte. Entre as atrações, uma geleira que se desfaz por causa do
aquecimento global, a floresta afetada pela queimada e uma casa inundada
durante temporal. A mostra abre no dia 31.
Além de
"sentir" os efeitos das mudanças climáticas, o visitante terá outros
meios de medir o impacto que ele próprio exerce sobre a natureza: um sistema
permitirá calcular a "pegada ecológica" - quanto de gás carbônico foi
liberado para que ele se deslocasse até o evento.
Também poderá apadrinhar
uma árvore, com direito a certificado, com nome da espécie e um código, para
que possa acompanhar online o crescimento da planta. Uma das mudas será
plantada pela modelo Gisele Bündchen, embaixadora do Programa das Nações Unidas
para o Meio Ambiente (Pnuma), que visita o Green Nation Fest no dia 4. A
programação inclui aula de ioga e observação de pássaros.
"Queremos fazer o
tema do desenvolvimento sustentável chegar ao grande público de forma
agradável, para que ele entenda o que está acontecendo, possa fazer mudanças no
seu cotidiano, mas também se divirta. A maior parte do discurso é punitiva,
ameaçadora, ou então a abordagem é complexa e as pessoas pensam que é assunto
para cientista. O Green Nation Fest vai tratar o tema a partir da cultura,
moda, numa relação mais próxima com a população", afirma Marcos Didonet,
coordenador da mostra.
Na tela. O Green Nation
Fest será também um festival de cinema, com mostra competitiva de curtas e
exibição de 12 longas metragens, entre eles o documentário GasLand, indicado ao
Oscar 2011 e vencedor do Sundance, e a première mundial de Carbon Rush, narrado
por Daryl Hannah e Karine Vanasse. As exibições, gratuitas, começam em 1.º de
junho, no Cinemark Downtown, na Barra, zona oeste.
Para completar, o
festival tem ainda um seminário sobre economia verde e criativa. Entre os
palestrantes, Josh Fox conta como transformou em documentário (GasLand) a
proposta que recebeu para vender sua propriedade para uma empresa exploradora
de gás natural; o gerente da Sony Corporation Yuichi Tokita apresenta uma
bateria de celular que utiliza resíduos de papel para gerar energia; e a
estilista Elizabeth Olsen, que trabalhou para grifes como Tommy Hilfiger e
Calvin Klein, mostra a linha de sapatos que desenvolveu e utiliza como
matéria-prima a fibra de poliéster produzida com base na reciclagem de telas de
tevês. As atividades são gratuitas.
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PASQUALE CIPRO NETO. 'A saída é suas'. Ao dizer "nós somos
teu", Vaccarezza fez o possessivo "teu" concordar com o
possuidor -um suposto "tu". FOLHA SP 24.05
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NOS MEUS tempos de pelada
de rua, nos anos 60, lá na minha querida Mooca, a "briga" inicial era
sempre pela saída -a escolha do "campo" era secundária. Tirado o par
ou ímpar, era comum o derrotado dizer ao vencedor: "A saída é suas".
Esse "suas" (erroneamente posto no plural) se explica pelo fato de os
falantes verem no possessivo "sua" a ideia de que o possuidor é
necessariamente uma pessoa só. Isso leva o falante a empregar "suas",
que ocorre aí com o valor de "de vocês".
As gramáticas dizem que
no padrão culto da língua os possessivos concordam em gênero e número com a
coisa possuída e em pessoa com o possuidor. Em "Sabes bem que tua
reivindicação é...", o possessivo "tua" está no feminino
singular porque "reivindicação" é substantivo feminino singular; a
forma "tua", da segunda do singular, deve-se ao fato de se dar ao
possuidor o tratamento "tu" (da segunda do singular, implícita na
forma verbal "sabes").
É bom repetir: as
observações do parágrafo anterior são válidas quando se toma como referência o
padrão formal da língua. Se "tu" desse lugar a "você", o
possessivo "tua" daria lugar a "sua" ("Você sabe bem
que sua reivindicação é...").
E se substituíssemos
"você" por "vocês"? Continuaríamos tendo "sua":
"Vocês sabem bem que sua reivindicação...". Bem, isso se
resolvêssemos levar a cabo uma das possibilidades descritas pelas gramáticas.
Na prática, porém, o que se registra não é isso. Na língua viva, não se
registra o emprego de "seu" ou "sua" quando o possuidor é
da terceira do plural (vocês, eles, elas, os senhores, as senhoras). O que se
registra mesmo é "de vocês", "deles" ou "delas"
("Você sabem bem que a reivindicação de vocês..."). Há ainda o
registro de "vosso" ou "vossa", que, no padrão formal da
língua, ocorre com "vós" ("Vocês sabem bem que vossa
reivindicação...").
Há também o que se ouvia
nas peladas da Mooca e ainda se ouve Brasil afora ("A saída é
suas..."). Nesse caso, o falante faz "suas" concordar com um
"vocês" pensado.
Pois não é que nos
últimos dias o deputado federal Cândido Vaccarezza (PT-SP) se encarregou de
propagar (ao contrário) os mesmos fundamentos que se veem na frase das peladas
dos meus tempos de infância na Mooca? Num torpedo que mandou para o governador
Sérgio Cabral (PMDB-RJ), Vaccarezza escreveu o seguinte: "A relação com o
PMDB vai azedar na CPI. Mas não se preocupe, você é nosso e nós somos
teu".
Elaiá! Seguindo os
princípios da concordância com a ideia e não com a forma, Vaccarezza usou
"teu", no singular, pensando no governador em si, e não na
"coisa" possuída. A "coisa" possuída, no caso, é a base
parlamentar, a base aliada, o governo ou seja lá o que for. Essa
"coisa" (que, sob certos aspectos, não passa mesmo de uma
"coisa") é nomeada pelo deputado pelo pronome "nós". Ao
dizer "nós somos teu", Vaccarezza fez o possessivo "teu"
concordar com o possuidor (um suposto "tu" -suposto porque a passagem
"não se preocupe" faz pressupor o pronome "você", isso em
se tratando do padrão culto da língua). Bem, o fato é que, por cochilo,
distração, desconhecimento ou seja lá o que for, Vaccarezza escreveu
"teu" e não "teus", como se esperaria numa mensagem escrita
(até a penúltima palavra) no padrão formal da língua...
O mais lamentável disso
tudo nem de longe é o cochilo gramatical do deputado; é a desfaçatez, ou seja,
é o fato de ficar escancarado que eles são deles, que A é de B, que B é de A, e
que nem A nem B nem C nem D nem "coisa" alguma de lá é de nós, é
nossa. Em suma, eles não é nosso. É isso.
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O Cerrado num mundo dramático. Washington
Novaes é jornalista
O POPULAR 24.05
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Se não houvesse tido
outros méritos – a profusão de informações valiosas foi um deles –, o simpósio
Goiás rumo à Rio + 20, promovido na semana passada por este jornal, com apoio
do governo do Estado, teria colocado em forte evidência a afirmação do governador
Marconi Perillo, de que Goiás “não precisa desmatar mais nada no Cerrado
goiano, que está em quase 50% do nosso território (...) Temos área suficiente
já desmatada para expandir nossa produção agropecuária. Um dos caminhos está na
recuperação de pastagens (...) Também devemos trabalhar com a criação de gado
em confinamento, que ocupa menos recursos, é mais rentável, além de contribuir
para reduzir as emissões de metano pelo gado bovino”, que geram problemas na
área do clima.
As discussões começaram
ali mesmo no simpósio, com várias sugestões de participantes. A
secretária-executiva Jacqueline Vieira enumerou algumas ações já em andamento
na Secretaria estadual do Meio Ambiente, para proteger o Cerrado goiano,
principalmente na área de recursos hídricos – como o pagamento por conservação
de nascentes e a implantação de comitês de bacias hidrográficas. E a luta para
que o Congresso Nacional inclua na Constituição o bioma entre os considerados
“patrimônio nacional”. O déficit de unidades de conservação no Cerrado é de 200
mil quilômetros quadrados.
A ênfase de todos os
conferencistas esteve na insustentabilidade dos atuais padrões de produção no
mundo e no Brasil. O diretor de Desenvolvimento Sustentável da Secretaria de
Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Arnaldo Carneiro Filho, por
exemplo, lembrou que o Cerrado já responde, com desmatamento e queimadas, por
18% das emissões brasileiras de poluentes que prejudicam o clima no planeta. Se
o nosso Código Florestal ainda em vigor fosse cumprido, proprietários teriam de
recuperar e proteger a vegetação em 55 milhões de hectares. As pastagens
degradadas somam uma grande parte das áreas desmatadas do Cerrado, já próximas
de 50% do total. E há muitos caminhos para as áreas desmatadas, entre eles o de
florestas plantadas (consorciadas), inclusive em pequenas propriedades, para
agregar valor à produção e a geração de trabalho e renda. O Brasil já tem 156
mil hectares de florestas plantadas.
A gravidade do panorama
mundial foi o tema do professor Sérgio Besserman Vianna, que, pela Prefeitura
do Rio de Janeiro, coordena os preparativos para a Rio + 20. “O planeta está
falido”, disse ele. E não estamos conseguindo mudá-lo, mesmo que há 20 anos a
conferência Eco 92 já tenha mostrado a dramaticidade das questões. “Somos
pequenos”, não conseguimos ainda implantar “um novo Renascimento”. Mesmo
sabendo, por exemplo, que entre 30 e 50 anos à frente “o Semiárido brasileiro
terá desaparecido, será deserto”.
Os números
impressionantes da insustentabilidade do consumo no mundo foram destacados na
fala do professor Ricardo Abromovay, da Faculdade de Economia da Universidade
de São Paulo. A extração de recursos no planeta, que era de 35 bilhões de
toneladas anuais em 1980, já passou de 60 bilhões anuais. Enquanto os 20% mais
ricos da população do planeta consomem 86% dos recursos, os 20% mais pobres
respondem por apenas 1,5%. O consumo per capita na Índia é de 4 toneladas
anuais, no Canadá de 25 toneladas. Até avanços sociais acrescentam problemas:
150 milhões de pessoas agregam-se a cada ano à classe média mundial – e
consomem mais; ela já reúne 1,8 bilhão de pessoas, que serão 4,9 bilhões em
2030. Entre 1975 e 2000, o volume de recursos brutos utilizados por unidade de
produto no mundo aumentou 50%. Nos Estados Unidos, a parcela mais rica da
população (1%), detinha 8% da riqueza e recebia anualmente, per capita, 42
vezes mais que um trabalhador médio; em 2009, já detinha 24% da riqueza e
ganhava 531 vezes mais. As consequências sociais e ambientais de tudo isso são
enormes. Tudo terá que mudar, disse ele também.
André Trigueiro, do
Jornal Nacional e da Globonews, trouxe informações impressionantes sobre a Rio
+ 20, que reunirá 165 chefes de Estado, na “maior conferência da História”, com
500 eventos paralelos, além de centenas de outros na Cúpula dos Povos, que
também se realizará paralelamente. Será difícil chegar a acordos na
conferência, porque a ONU “está defasada, só decide por consenso” – o que se
tem mostrado impossível. Mas “o mundo tem pressa”, porque os diagnósticos da
situação são muito graves. E “o custo do ajuste será menor que o da inação”. É
preciso mudar. Silvana Bittencourt, do POPULAR, que foi a debatedora da
conferência, acrescentou o quanto a mudança é difícil num país como o Brasil,
que depende muito do avanço da ciência – e o orçamento federal para a área
diminuiu 22% este ano.
Aron Belinky, que como
representante das ONGs tem participado da organização da Rio + 20, mostrou como
é intrincada, múltipla, complexa a organização do evento, com uma infinidade de
temas, que vão da economia verde à erradicação da pobreza e às questões
referentes a mulheres e índios – entre muitas outras – num mundo onde as
grandes corporações controlam metade do produto bruto mundial. O caminho será
criar uma Agência Mundial do Meio Ambiente, como se está propondo?
Os outros debatedores
professor Laerte Ferreira, professor Harlem I. dos Santos, secretário Umberto
Machado, o secretário da CNI, Paulo Afonso Ferreira, também acrescentaram
muitas informações sobre a infinidade de problemas que temos pela frente.
Tudo de fato é muito
complexo. Mas Goiás está muito mais informado.
P.S. – Em boa hora, a
Secretaria do Meio Ambiente do Estado de Goiás posicionou-se a favor do veto
total da Presidência da República ao projeto do novo Código Florestal aprovado
no Congresso. O Cerrado agradece.
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