terça-feira, 1 de maio de 2012
VISãO DO CORREIO » Estado
BRASILEIRO omisso dá licença para matar. CORREIO
BSB 01/05
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Publicação: 01/05/2012 04:00
O Estudo Global sobre Homicídios,
das Nações Unidas, mostrou que a taxa de assassinatos no Brasil passou de 22,5
para cada 100 mil habitantes em 2004 para 22,7 em 2009. A marca vergonhosa,
mantida estável pelos cinco anos, pode ser ainda mais infame. Segundo a
Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), com base em dados do Sistema Único
de Saúde (SUS), o índice girou em torno de 30 entre 1998 e 2008. Só para
constar, a média mundial é 6,9. Estarrece, mas não surpreende. Ontem, fim do
prazo de força-tarefa que pretendia zerar os inquéritos referentes a homicídios
dolosos abertos até 2007, apenas 25% das apurações estavam concluídas, tendo a
quase totalidade delas, 81%, sido arquivada.
Primeiro, uma conclusão óbvia: a
de que a certeza da impunidade é, no país, sinistra espécie de licença para
matar. Segundo, numa interpretação quase tão segura quanto à que levou à
assertiva anterior, pode-se imaginar que o mutirão, embora o resultado pífio,
certamente contribuiu para que mais crimes fossem elucidados, o que leva à
suposição de que tirar a vida alheia e seguir a própria sem responder
minimamente pelo crime já foi ainda mais fácil no Brasil. O Estado,
ressalve-se, nem sequer tinha estatísticas do gênero organizadas nacionalmente.
Mas antes fosse essa a parte mais significativa do desaparelhamento da máquina
pública no setor de segurança. As falhas estão no policiamento preventivo, na
precariedade das investigações, na lentidão da Justiça e no falido sistema
penitenciário.
Em suma: de uma ponta à outra, o
bandido leva vantagem. No Distrito Federal, cuja polícia destaca-se entre as
mais bem pagas e preparadas do país, a força-tarefa empreendida no âmbito da
Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública (Enasp), pomposo nome que abriga
nada menos do que o Conselho Nacional do Ministério Público, o Conselho
Nacional de Justiça e o Ministério da Justiça, nem 40% dos casos que se
pretendia zerar foram solucionados. Dos 709 inquéritos postos sob a lupa do
Enasp, 433 permanecem abertos. No rastro de tamanha omissão, o DF somou 11
assassinatos no penúltimo fim de semana e 13 no último. Não à toa, no Mapa da
Violência 2011, o quadrilátero que sedia a capital da República ostenta taxa de
34,1 homicídios para cada 100 mil habitantes.
Não dá para tapar os olhos e
continuar a buscar culpados para o absurdo número de homicídios no país (1,091
milhão de 1980 a 2010) na disseminação das drogas (sobretudo do crack), na
grande quantidade de armas de fogo em poder da população ou mesmo na ação do crime
organizado. A impunidade, sim, é que está por trás de cada uma dessas fontes de
criminalidade. Houvesse punição exemplar, a bandidagem estaria acuada, ao
contrário do que se vê nas ruas e nos altos escalões governamentais, com
escândalos como o mais notório do momento, protagonizado por Carlinhos
(diminutivo que denota a intimidade com que é tratado) Cachoeira. Falar em
agravar penas, baixar a maioridade penal e ampliar o rol de crimes é
tergiversar. Urge encontrar meios de aplicar a lei, fazer valer o estado
democrático de direito.
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Senadora defende redução da jornada de trabalho. Agência
Senado 01/05
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Ao relembrar as lutas históricas
dos trabalhadores por seus direitos, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM)
disse que ainda há muitos benefícios a serem assegurados, em especial a redução
da jornada de trabalho – das atuais 44 horas para 40 horas semanais. A mudança,
avaliou, ajudaria a combater o desemprego.
- Vejo a crise econômica vivida
no mundo e no Brasil não só como uma janela para mudar alguns conceitos da
política macroeconômica aplicada há algum tempo, mas também para mudar algumas
questões estruturais. E uma delas, sem dúvida, seria a diminuição da jornada de
trabalho – disse a senadora durante pronunciamento em homenagem ao Dia do
Trabalho.
Segundo a senadora, estudo do
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese)
mostra que com a redução da jornada seriam criadas cerca de 2,5 milhões de
novas vagas de trabalho. A medida ainda poderia elevar a formalização nas relações
de trabalho e diminuir o número de horas extras, algo que a seu ver é
desgastante para a maioria que acaba se submetendo a tais condições por
imposição dos patrões.
A adoção das 40 horas – que opõe
sindicatos dos trabalhadores e patronais – também poderia contribuir para
diminuir o volume de doenças laborais. Vanessa aproveitou para defender a
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), “essencial para proteger o lado mais
fraco da relação de trabalho”.
Vanessa Grazziotin também
comemorou o crescimento de mais de 15% da renda das famílias, de 2000 a 2010.
Em média, a renda familiar, que era de R$2,297 mil, passou para R$2,653 mil. A
melhoria na remuneração das mulheres exerceu um papel importante, uma vez que a
diferença salarial entre os gêneros, que hoje é de 26%, já foi de mais de 30%.
Ela também comemorou o fato de a maior redução da desigualdade de salários ter
ocorrido na Região Norte.
Corrupção
Vanessa Grazziotin afirmou que o
combate à corrupção não pode ser bandeira política de quem quer que seja, mas
deve ser uma preocupação presente e um orientador dos atos de todos os agentes
públicos. Para ela, são necessárias medidas estruturantes para tentar diminuir
a corrupção, “o grande mal da sociedade capitalista”. Ela defendeu a aprovação
da proposta que criminaliza o enriquecimento ilícito e sugeriu que, além de
punição criminal aos que recebem recursos desviados, se obrigue a quem praticou
o ato de corrupção a devolver o dinheiro devolvido.
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A escravidão ainda existe. CORREIO
BSB 01/05
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Na última quarta-feira, uma
comissão formada por integrantes do Ministério Público se reunia em uma cidade
do interior de Tocantins. O objetivo era debater a grande incidência de
trabalhadores em situação de escravidão. No mesmo momento, funcionários da
Superintendência Regional do Trabalho descobriram quase 100 pessoas nessas
condições nas 30 carvoarias que ficam próximas ao local onde os procuradores
estavam. Um fato que vem acontecendo com uma certa frequência no país,
principalmente na Região Norte.
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MPB » Pixinguinha ganha
partituras. CORREIO BSB 01/05
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Pixinguinha: obras desconhecidas
do grande público estão em destaque
Gênio da música brasileira,
Alfredo da Rocha Viana Filho, o Pixinguinha, faria aniversário (115 anos) em 23
de abril. Em comemoração à data, será lançado no próximo amanhã Pixinguinha —
Inéditas e redescobertas, livro com 20 partituras com a assinatura do compositor.
Iniciativa do Instituto Moreira Salles (IMS) e da Imprensa Oficial do Estado de
São Paulo, a publicação foi organizada por Bia Paes Leme, coordenadora do
acervo de música do instituto; Pedro Aragão, bandolinista e regente; e Paulo
Aragão, violonista e arranjador. O preço do exemplar é R$ 60.
Entre as partituras reunidas,
nove são inéditas e outras há muito tempo estão inacessíveis ao grande público.
A série de inéditas reflete períodos históricos e influências diversas da
carreira musical de Pixinguinha (1897-1973) e é dividida em diferentes
conjuntos: o primeiro, representado por composições que remetem à linguagem do
choro do século 19, foi produzido durante a juventude do mestre.
No segundo foram agrupadas
músicas nas quais se nota a influência da efervescência cultural do Rio de
Janeiro, nas duas primeiras décadas do século 20, reunindo influências musicais
tão díspares como as das músicas nordestina e norte-americana. Um terceiro
conjunto apresenta Pixiguinha em plena maturidade como compositor. São choros,
valsas que facilmente poderiam ser enquadradas na categoria de clássicos, por
sua invenção melódica.
Joias musicais, ignoradas até
hoje, que revelam facetas pouco conhecidas do compositor, integram a categoria
das redescobertas. É uma seleção de músicas cujas edições — em sua maioria das
décadas de1940 e 1960 — estavam esgotadas havia tempo. A seleção traz choros,
valsas, tangos e outros gêneros, cuidadosamente revisados e harmonizados.
Exposição
O Instituto Moreira Salles, que
detém, desde o começo da década 2000, o acervo de Pixinguinha, lançou há dois
anos Pixinguinha em pauta, livro que reúne 36 arranjos do mestre para o
programa de rádio O pessoal da velha guarda, comandado por Almirante, entre as
décadas de 1940 e 1950. No lançamento de Pixinguinha — Inéditas e
redescobertas, amanhã, haverá show dos pianistas Benjamim Taubkin, Leandro
Braga e Cristovão Bastos, na sede do Instituto, no Rio de Janeiro. Eles vão
apresentar todas as músicas inéditas, com arranjos próprios; e clássicos como
Carinhoso, Ingênuo e Naquele tempo.
Pixinguinha, a exposição com o
acervo familiar do compositor, saxofonista, flautista e arranjador, idealizada
pela produtora Lu Araújo, por Marcelo Vianna (neto do homenageado) e pelo
maestro Caio Cesar, estará em cartaz no Centro Cultural Banco do Brasil até
sexta-feira. Na mostra, já visitada por 20 mil pessoas, que ocupa 12 salas,
pode-se ver o saxofone e a flauta usados pelo músico, seus documentos pessoais,
passaporte, gravatas, chapéu, discos, condecorações e principalmente
fotografias e vídeos, que recuperam imagens de época.
O CCBB, por meio do Programa
Educativo, agenda visitas guiadas de grupos de estudantes das redes de ensino
público e particular e de outras entidades, e disponibiliza ônibus para conduzir
os interessados. O contato pode ser feito pelos telefones 3108-7623 e
3108-7624. A exposição, que conta um pouco da história da música brasileira,
fica aberta das 9h às 21h.
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