terça-feira, 1 de novembro de 2011

Brasil tem 40 mil mortos no trânsito em apenas um ano. Número registrado em 2010 pelo governo é o maior em uma década e meia. Relaxamento da Lei Seca é apontado por técnicos como uma das explicações para o aumento das mortes. FSP 31.10

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No ano passado, os acidentes de trânsito em estradas, ruas e avenidas deixaram 40.610 mortos no Brasil.

Trata-se do maior número registrado pelo Ministério da Saúde em ao menos 15 anos.

Pelas estatísticas recém-compiladas pelo governo federal, 111 pessoas morreram por dia em acidentes em 2010, 8% mais que no ano anterior.

Em dois dias, é suficiente para superar a quantidade de vítimas da queda do Airbus da TAM em 2007, maior tragédia da aviação brasileira.

As internações hospitalares de vítimas do trânsito também subiram -15%-, beirando 146 mil no ano.

A escalada de mortes havia sido interrompida em 2009, primeiro ano completo após a Lei Seca, quando houve queda inédita na década.

No ano seguinte, a quantidade superou patamares anteriores. "Há uma verdadeira epidemia de lesões e mortes no trânsito", diz Alexandre Padilha, ministro da Saúde.

A pasta atribui a elevação principalmente ao aumento -de 12%, em 2010- da frota de motos. Pelo segundo ano, as mortes de motociclistas superaram inclusive as de pedestres, sendo líder entre todos os tipos de vítimas cujos detalhes são conhecidos.

O ministério também diz que, ao longo dos anos, houve "melhoria estatística" -de casos que antes eram subnotificados. Porém, diz Padilha, só isso não justificaria as 3.016 mortes a mais de 2010 em relação ao ano anterior.

RESPONSABILIDADES

O balanço do ministério foi apresentado no Rio, no 18º Congresso Brasileiro de Transporte e Trânsito, realizado pela Associação Nacional de Transportes Públicos.

Técnicos incluem, entre as explicações para a alta do número de vítimas, um provável relaxamento da Lei Seca.

O ministro reconhece que "há evidências de que é preciso intensificar" esse controle, porque a embriaguez é uma das principais causas de acidentes. Mas ele alega ser uma atribuição dos Estados. Especialistas também elencam ações sob responsabilidade do governo federal.

Em 2009, por exemplo, uma lei sancionada pelo presidente Lula regulamentou a profissão de mototaxista.

A medida foi criticada por boa parte dos técnicos, pela avaliação de que estimularia a difusão desse transporte.

O governo também é criticado por incentivos à produção e venda de motos e pelo congelamento da arrecadação com multas de trânsito (que deveria ser investida em prevenção de acidentes).

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José Roberto Torero. Malditos comunistas!

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Exposição. O homem e a cidade. Em cartaz no Museu das Bandeiras, na cidade de Goiás, a mostra Bertran, Cidadão Vilaboense traz imagens, objetos e relatos da vida do historiador Paulo Bertran O popular/GO 01.11

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Historiador Paulo Bertran

Objetos pessoais de Paulo Bertran em exposição do Museu das Bandeiras

O professor, economista e ambientalista Paulo Bertran, que morreu em 2005, é tema de homenagem na cidade de Goiás, que comemora em dezembro os dez anos do título de Patrimônio Histórico da Humanidade. A exposição Bertran, Cidadão Vilaboense , em cartaz no Museu das Bandeiras, foca na relação do historiador com o museu e com a cidade de Goiás.

"Bertran foi um pesquisador que usou o arquivo histórico do Museu das Bandeiras como fonte. Ele divulgou nosso arquivo histórico e sua importância para a historiografia do Centro-Oeste", justifica Girlene Chagas Bulhões, idealizadora e curadora da mostra, além de diretora do museu. Paulo Bertran foi um dos relatores do dossiê que levou a cidade a concorrer ao título há dez anos. Por sua ligação com a cidade, recebeu também o título de cidadão vilaboense. Em 2002, ele deixou um declaração de que, quando morresse, gostaria de ser enterrado em Goiás. Em 2005, sua vontade, expressa na poesia Epitáfio , foi atendida.

Girlene Bulhões explica que a exposição Bertran, Cida dão Vilaboense integra as comemorações dos dez anos da entrega do título de Patrimônio Histórico à cidade de Goiás e é a segunda etapa de uma ampla programação festiva (veja quadro) . A primeira etapa foi a exposição conceitual Mulheres, Museus e Memórias de Goiás , uma homenagem a 15 personalidades femininas de importância na história da cidade.

As duas exposições ficam em cartaz até julho de 2012 e terão seu ponto alto em dezembro de 2011 ao compor uma mostra maior, Olhares Sobre o Patrimônio , que fecha as comemorações, mostrando as manifestações culturais que compõem o dossiê do título.

Atrações

Logo à entrada da sala onde a mostra Bertran, Cidadão Vilaboense foi montada há um totem giratório em forma de triângulo com símbolos da vida e da obra do historiador. No restante da sala, algumas dezenas de objetos pessoais de Bertran, cedidos pelo memorial que leva seu nome, além de documentos e fotografias sobre a história de Goiás e arquivos das pesquisas realizadas por ele, emprestados pela mãe de Bertran, Maria Helena Wirth Chaibub. O Memorial Paulo Bertran é a sede do Instituto Bertran Fleury, uma Oscip criada após a morte do historiador e instalada na cidade de Goiás.

Ao avaliar o material selecionado para a exposição, a viúva do homenageado, a educadora Graça Fleury, se emocionou. "É como se Paulo estivesse imerso nos documentos. A vida dele fazia parte disso", define Graça. Ela conta que recebeu a exposição com surpresa. "Não tinha ideia do que seria. E está muito bonita. Apresenta tanto o homem pesquisador e seu lado profissional quanto a sua história pessoal. Faz jus ao trabalho de Paulo, que merece ser conhecido pelo que fez pela cidade de Goiás e pelo Estado de Goiás", acrescenta Graça Fleury.

Também estão expostos bens patrimonializados que não constam do dossiê. Ainda faz parte da mostra a Árvore Poética Cerratense. A instalação é formada por galhos de árvores secas do Cerrado, bioma que foi detalhadamente estudado e defendido por Bertran. No lugar das folhas, estão poesias de Paulo Bertran, retiradas do livro O Cerratense.

A mostra exibe o curta-metragem Bertran o Cerratense , do diretor Lázaro Ribeiro. O filme aborda a vida do historiador, a partir de depoimentos de sua mãe, Maria Helena Chaibub, da viúva Graça Fleury e do historiador Antônio César Caldas Pinheiro, além de relatos do próprio Bertran que já haviam sido gravados antes de sua morte. Antônio Caldas, diretor do Instituto de Pesquisas e Estudos Históricos do Brasil Central e presidente do Instituto Bertran Fleury, esteve com Paulo Bertran em Portugal realizando pesquisas, de onde trouxeram documentos importantes sobre a história de Goiás. Antônio Caldas está escrevendo a biografia de Paulo Bertran juntamente com Jaime Sautchuk e Idelmar Paiva. Em 2012, Bertran será o homenageado no Festival de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica).

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Histórias para contar. O fotógrafo Diego Bresani retrata de um ângulo bastante peculiar figuras da cena cultural de Brasília. Juliano Cazarré em um dos ensaios polêmicos: as primeiras fotos da série são bastante comportadas CORREIO Bsb 01.11

mágica do retrato passa pelo diálogo. E pela intimidade. Eventualmente, essa última pode até complicar a situação, mas na maioria das vezes funciona como fermento. Diego Bresani detém várias teorias sobre os motivos de um retrato dar certo. Aos 28 anos, tem certeza de que a cumplicidade deve ser construída e é indispensável quando o assunto é retratar. “Retrato é uma troca”, ensina. “É uma cooperação entre duas pessoas na qual o fotógrafo rege. E pode ser difícil quando tem muita empatia.”

No entanto, a empatia dá o tom da regência de Bresani. Formado em artes cênicas pela Universidade de Brasília (UnB), escolheu a fotografia como um modo de estar sempre nos bastidores. As primeiras imagens eram registros de espetáculos de amigos e colegas realizados em paralelo ao trabalho publicitário, fonte do ganha-pão. Um dia, Bresani se deu conta de que gostava mesmo era de retrato. Arrumou as malas, fez um curso com Jorge Bispo e tomou o rumo de Nova York para se especializar no International Center of Photography. De volta a Brasília, posicionou o dedo no disparador da câmera e não sossegou mais.

Nicolas Behr e Hugo Rodas - "É um momento muito íntimo. Nessa hora, vi que estava presenciando um momento especial"

As amizades construídas na faculdade resultaram em peregrinação de artistas ao estúdio de Bresani em busca de ensaios para divulgar o trabalho. Cantores, atores, DJs, pintores, poetas e músicos de Brasília passaram pelo foco do fotógrafo. Em troca, ele pedia apenas um pouquinho do tempo alheio para fazer um retrato. A brincadeira já tem 50 retratados e boas histórias.

Bresani costuma publicar as fotos no blog http://diegobresani.wordpress.com/ e assim fez quando terminou o ensaio do ator e amigo Juliano Cazarré. Intituladas Pirocóptero, as fotos foram publicadas no blog em dezembro de 2010. Cazarré aparecia com a genitália para fora das calças em uma sequência de imagens hilárias. Quando o ator começou a gravar cenas de peso na novela Insensato coração, em julho deste ano, o ensaio foi parar em sites pornográficos e de fofocas. O blog de Bresani recebeu 90 mil acessos em um único dia e Cazarré precisou explicar (e sustentar) a brincadeira no programa de Marília Gabriela. “Não quisemos tirar do ar porque ali, no blog, era o único lugar no qual fazia sentido”, explica o fotógrafo.

Tiana - "Ela queria retratar o momento que está vivendo agora"

As brincadeiras são corriqueiras na produção de Bresani. Assim como um certo despudor. Tem Hugo Rodas dando selinho em Nicolas Behr, Alessandro Brandão de cueca e sapatilha de bailarina, as meninas da Andaime Companhia de Teatro nuas se lambuzando com chocolate. “Me sinto fazendo um registro do movimento teatral de Brasília”, conta o fotógrafo. “Só que não é documental. Foco mais no artista. Retratos são histórias. A foto pode ser boa ou não, mas o mais interessante é a história que ela traz.”

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CONSCIÊNCIA NEGRA » Poemas de libertação CORREIO Bsb 01.11

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Para abrir as comemorações do Dia da Consciência Negra (comemorada em 20 de novembro), a Biblioteca Nacional abriga hoje, às 19h, o 23º Sarau Videoliteromusical Poemação. A edição especial homenageia a poeta e atriz Cristiane Sobral. “Ela foi escolhida pelas portas que abrem por meio de sua linguagem coloquial. Há uma identificação da comunidade negra com ela”, conta o organizador Jorge Amâncio. Durante o mês de novembro, o Correio publicará série de matérias sobre questões referentes à negritude.

A história de Cristiane Sobral é de luta e de vitórias. Ela saiu do Rio de Janeiro em 1990 após dificuldades familiares. Em Brasília, entrou para a Universidade de Brasília (UnB) aos 16 anos e tornou-se a primeira a negra a se formar no curso de artes cênicas. Trabalhou na Embaixada da Angola e hoje, aos 36 anos, é professora das faculdades Dulcina de Moraes e Anhanguera, além de ser tutora de teatro na UnB. Entre os convidados do sarau, estão o poeta Rego Junior e as atrizes Isis Albuquerque e Lucia Viana, que encenará o espetáculo Quilombagem. Haverá ainda show com os músicos Máximo Mansur, Jair Augusto, Hugo Souza, Diogo Hamlet e André Albuquerque.

Cristiane Sobral conta que a atuação em defesa da questão racial é trabalhada a fim de dar visibilidade ao assunto e discutir a inclusão da população negra na sociedade. “Luto pela inclusão, para que cada um possa ter o seu lugar, para que os jovens possam ter um pensamento crítico. Na verdade, discuto para a construção de um mundo que vá além das diferenças. Um país tão grande como o nosso não vai evoluir se a gente não conseguir caminhar na coletividade”, argumenta.

Cristiane Sobral é estrela de sarau hoje, às 19h, na Biblioteca Nacional

No discurso, Cristiane Sobral assume o tom positivo. “Não quero falar da discriminação, que somos vítimas da sociedade. Espero mostrar que os negros estão vencendo, descobrindo saídas. Meu discurso é de vitória.” Hoje, no Poemação, ela apresentará o livro Não vou mais lavar os pratos, obra que entra na sua segunda edição, após ter vendido mil exemplares em seis meses. O título foi adaptado para o teatro e será apresentado no próximo dia 11, às 19h, no Teatro Mapati (707 Norte). Na próxima semana, ela lançará o livro Espelhos, viradouros, dialéticas da percepção (Editora Dulcina). Daqui, Cristiane Sobral segue para o Equador, onde receberá uma condecoração pela sua obra.

23º SARAU VIDEOLITEROMUSICAL POEMAÇÃO

Hoje, às 19h, no auditório da Biblioteca Nacional (Setor Cultural Sul, Lt. 2), homenagem à poetisa Cristiane Sobral com participação de Rego Junior, Isis Albuquerque, Lucia Viana, Máximo Mansur, Jair Augusto, Hugo Souza, Diogo Hamlet e André Albuquerque. Entrada franca. Classificação indicativa livre.

POEMAS//CRISTIANE SOBRAL

Renovação

Hoje não quero ir à manicure

Quero um tratamento que me cure

por dentro

Hoje eu não quero ir ao cabeleireiro

Seria necessário converter um

país inteiro

Para que conseguisse um corte

que expressasse a minha identidade.

Espere o inesperado

Sou pássaro preto

Estendo as minhas asas

Coloco fogo na dor

Espalho as cinzas negras pelo meu corpo

Forjo uma pele nova a cada momento

Jogo as cinzas ao vento

E voo,

Águia negra

A ressuscitar diante de qualquer

tempestade

Mais forte, mais célebre, mais viva

Espere o inesperado.

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Marisa Monte lança novo álbum sem correr riscos. 'O Que Você Quer Saber de Verdade' é bastante similar a seus CDs anteriores FSP 01.11

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Barulhinho bom.

A expressão que batizou o álbum duplo de Marisa Monte em 1996 resume perfeitamente o som do novo trabalho da cantora, "O Que Você Quer Saber de Verdade".

Tudo no disco é tecnicamente agradável e perfeito. A voz, os arranjos, a produção musical (que a própria Marisa divide com Dadi Carvalho): nada está fora do lugar, nada destoa nem incomoda.

Mas nada surpreende.

Marisa parece ter fincado o pé em seu próprio passado. É difícil achar uma faixa que não pudesse estar em "Memórias, Crônicas e Declarações de Amor" (2000) ou em "Infinito Particular" (2006).

É verdade que a sonoridade atual agrega elementos que não estavam naqueles trabalhos: os músicos Pupillo, Dengue e Lúcio Maia, da banda pernambucana Nação Zumbi, o baterista Domenico Lancellotti, o grupo argentino Café de los Maestros, arranjadores americanos etc.

Mas, no final das contas, o bloco sonoro resulta muito parecido com o que ela já fez -e que sempre deu tão certo.

O risco é zero. Uma pena.

Boa parte das canções segue a trilha "cafona chique" de "Amor I Love You".

É assim "Ainda Bem", o primeiro (e fracote) single do CD, e "Depois" (Marisa/Carlinhos Brown/Arnaldo Antunes). Outras transitam pelo terreno de Tim Maia e Hyldon, como a baladona "Era Óbvio" (Marisa/Antunes). Ou pelo chão de Raul Seixas, caso de "Aquela Velha Canção".

O samba, que dava as cartas em "Universo ao Meu Redor" (2006) e surgiu às pinceladas em todos os álbuns da cantora, sai da jogada.

Entra o forró. "Hoje Eu Não Saio Não" é arrasta-pé de Arnaldo, Marcelo Jeneci, Betão Aguiar e Chico Salem.

Também puxado na sanfona, "O Que se Quer" é a primeira parceria de Marisa com Rodrigo Amarante.

Não há dúvida: "O Que Você Quer..." vai fazer sucesso no rádio e virar trilha sonora de fim e de começo de namoro. Mas é suficiente para uma artista como Marisa Monte?

É bom que ela se lembre de que, nos cinco anos e meio que separam seu outro disco deste, surgiram Tulipa Ruiz, Andreia Dias, Karina Buhr, Céu, Iara Rennó, Nina Becker, Mallu Magalhães. Nem tão perfeitas quanto ela, mas muito mais surpreendentes.

O QUE VOCÊ QUER SABER DE VERDADE

ARTISTA Marisa Monte

GRAVADORA EMI

QUANTO R$ 30, em média

AVALIAÇÃO regular

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