País tem de investir R$ 43 bi em portos
Segundo Ipea, aplicação prevista no PAC representa apenas 23% dos recursos necessários para a modernização
Deficiência no sistema portuário do Norte obriga o Centro-Oeste a escoar a produção por Santos e Paranaguá
FSP 22/08
Os portos estão defasados, não têm capacidade para receber navios de maior porte e os investimentos no setor, apesar do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), são insuficientes.
Outro grande gargalo está nos acessos por rodovias e ferrovias, que precisam, em muitos casos, ser construídos ou duplicados.
O diagnóstico é do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), ligado à Presidência da República, que estima em R$ 42,9 bilhões o valor necessário para tirar os entraves à expansão dos portos -e, portanto, ao comércio exterior. O PAC prevê R$ 9,8 bilhões até o fim deste ano -23% do necessário.
A falta de interligação ferroviária e rodoviária obriga a safra do Centro-Oeste a ser escoada pelos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR), percorrendo distância maior.
A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) afirma que falta investimento para escoar a safra do Centro-Oeste por Santarém, Vila do Conde (ambos no Pará) ou Itaqui, onde um projeto de expansão do porto de São Luís (MA) está atrasado há pelo menos três anos.
O problema da dragagem começa a ser resolvido e há projetos já em andamento para aprofundar os canais de navegação nos principais portos do país, como Santos.
Para Alexandre Mattos de Andrade, diretor da consultoria Macroplan, os investimentos são insuficientes diante da previsão de aumento da demanda por portos. Para a soja, por exemplo, a expectativa é que a produção cresça 130% até 2023.
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