sábado, 14 de agosto de 2010


Municípios mais ricos concentram 47% da riqueza do país, diz Ipea

UOL 12/08

Muitos com pouco, e poucos com muito. A frase que ilustra a desigualdade entre os brasileiros ricos e pobres é válida também para o conjunto de municípios do país.

Segundo dados divulgados nesta quinta-feira (12) pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), 1% dos municípios mais ricos respondem por 47% de toda riqueza produzida no Brasil. Por outro lado, 70% das cidades mais pobres respondem por apenas 14,7% do PIB (Produto Interno Bruto).

A comparação com dados históricos indica que os municípios mais ricos respondem por uma fatia cada vez maior das riquezas do país. Em 1920, os 70% mais pobres respondiam por 31,2% do PIB -- mais do que o dobro do cenário atual.

O estudo do Ipea mostra ainda que as desigualdades entre os municípios cresce em ritmo menor desde 2000.

As explicações passam pelo maior investimento público em energia e infraestrutura, como o PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), e pelo avanço das políticas de transferência de renda. Mesmo assim, os programas, por si só, não foram suficientes para diminuir o grau da concentração da renda.

Entre 1996 e 2007, houve aumento da desigualdade entre os municípios mais ricos e mais pobres no Espírito Santo (3,7%) e no Mato Grosso do Sul (1,9%). O Acre (13,5%), Sergipe (11,3%) e Rondônia (9,0%) foram os Estados com maior queda no índice no mesmo período. Goiás (0,3%) e São Paulo (1,3%) apresentaram as menores reduções na desigualdade territorial da renda.

Ainda conforme os dados, os Estados com maior expansão dos PIBs municipais não foram os mesmos com as mais expressivas quedas no grau de desigualdade da riqueza territorial.

Entre as conclusões do estudo, está a necessidade de realizar investimentos em infraestrutura. “Sem isso, o Brasil corre o sério risco de repetir o passado, com forte concentração da produção da riqueza nacional em pouquíssimos municípios, Estados e regiões”, diz o Ipea.

“A União, os Estados e municípios detêm a atual missão estratégica de convergir para um grande planejamento de um desenvolvimento menos concentrado da riqueza nacional. Do contrário, o país pode continuar a registrar queda na desigualdade de renda pessoal, sem que, necessariamente, prevaleça a desconcentração e menor desigualdade territorial na participação dos municípios no PIB nacional”, concluem os pesquisadores.

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Bienal homenageia Monteiro Lobato

Vida e obra do autor serão relembradas hoje em reunião especial organizada pela Academia Paulista de Letras
FSP 13/08
Autor do "Sítio do Picapau Amarelo" será ainda tema de mesa-redonda, exposição e palestra de culinária


Nem só de conde Drácula viverá hoje a Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que vai até 22 de agosto. No primeiro dia de programação aberta ao público, os eventos sobre vampirismo terão fortes concorrentes na disputa pela atenção do público: a boneca de pano Emília e toda a turma do "Sítio do Picapau Amarelo".
Monteiro Lobato (1882-1948) é um dos autores homenageados pela Bienal deste ano. A outra é a escritora Clarice Lispector. O primeiro evento dedicado ao autor acontece às 16h, quando os membros da APL (Academia Paulista de Letras) realizam uma sessão especial sobre sua vida e obra. Entre as palestrantes estarão Lygia Fagundes Telles e Tatiana Belinky. No lugar do chá servido nas reuniões da APL, haverá receitas feitas por dona Benta e tia Nastácia no "Sítio..".
Ao longo da Bienal, Lobato ainda será tema de mesa redonda, aula de culinária e de exposição. Além da herança literária, a escolha de Lobato como homenageado deveu-se ao foco da Bienal no público jovem.
"Lobato é a principal referência da literatura infantil brasileira. Como nosso objetivo é formar novos leitores, a temática dele é muito oportuna nesse sentido", diz diz Eduardo Mendes, diretor-executivo da CBL (Câmara Brasileira do Livro).
O presidente da APL, José Renato Nalini, conta que a sessão de hoje tratará não apenas do literato, mas também resgatará o perfil intelectual atuante de Lobato. "Além dos livros, ele militou pela nacionalização do petróleo e fundou uma editora que modernizou o mercado de livros no país. Foi um herói brasileiro."
Ruth Rocha, escritora e acadêmica da APL, explica que a originalidade de Lobato consistiu em escrever para as crianças usando um estilo elegante e não tolo, abordando temas da época (guerra, petróleo) com muito humor.
"Antes dele os livros infantis eram muito moralistas, pedagógicos. As crianças das histórias eram totalmente submissas. Já ele criou personagens de incrível vitalidade e riqueza literária." O eterno encanto de Emília é a maior prova disso.

Até 22/08 21ª BIENAL DO LIVRO DE SÃO PAULO

QUANDO das 10h às 22h; até 22/8
ONDE Pavilhão de Exposições do Anhembi (av. Olavo Fontoura, 1.209, tel. 0/xx/11/2226-0400;
www.bienaldolivrosp.com.br)

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Sindicatos lançam "Salve a TV Cultura"

Movimento é reação a mudanças propostas pelo presidente João Sayad para a emissora

FSP 14/08

As diretorias dos sindicatos dos jornalistas e dos radialistas de SP lançaram na quinta à noite, em reunião de que participaram cem pessoas, o movimento "Salve a Rádio e a TV Cultura".
É a primeira tentativa de reação às mudanças que João Sayad, presidente da Fundação Padre Anchieta (mantenedora da Cultura), pretende implantar. Sayad já anunciou o término do programa "Manos e Minas" e do "Login", focados em jovens.
Para a diretora do sindicato dos jornalistas, Rose Nogueira, o movimento "não visa apenas defender o emprego dos funcionários da emissora, ameaçados de demissão em massa, mas também defender um patrimônio cultural do povo paulista".
Sayad assegurou anteontem a representantes dos radialistas e dos jornalistas que não tem a intenção de demitir 1.400 funcionários, como chegou a ser veiculado.
Segundo o presidente da Fundação Padre Anchieta, as dispensas devem atingir no máximo 450 trabalhadores responsáveis pela realização de programas que a Cultura prepara para veiculação na TV Justiça e TV Assembleia, entre outros -e que não serão mais produzidos pela emissora.
Aos sindicalistas, Sayad disse que essas demissões devem acontecer até dezembro deste ano.
"Nós, funcionários da Cultura, não somos os responsáveis pelo caos financeiro a que os 16 anos de gestão tucana levaram a fundação", disse uma jornalista da emissora. Ela atuava no programa "Manos e Minas".
"Temos que discutir o que deve ser uma TV pública. O Sayad já disse que quer fechar várias unidades de produção de programas e passar a comprar conteúdos de produtoras independentes. Para isso não é preciso uma TV Cultura. Basta uma antena", disse o presidente do sindicato dos jornalistas, José Augusto de Oliveira Camargo.

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