quarta-feira, 4 de julho de 2012
Ruy Castro
Faz crescer. FOLHA SP 02.07.12
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RIO DE JANEIRO - Minha neta Isabel, que fez 14 anos
outro dia, está mais alta do que eu. Aliás, todo mundo da sua geração já está
mais alto do que da minha. Ou que da geração anterior. Veja o vôlei: todos os
atuais jogadores, rapazes e moças, são 20 cm mais altos do que seus
treinadores, e estes, não faz muito, também eram atletas. Ou o futebol: até há
pouco, só os goleiros tinham 1,90 m -de repente, há galalaus em todas as
posições.
Os brasileirinhos que têm hoje até 30 anos
-nascidos de 1982 para cá- cresceram muito acima da nossa média histórica.
Estranhamente, é uma geração alimentada a cheeseburger, frango frito, cachorro
quente, miojo e pizza -símbolos da "junk food" que os nutricionistas
mais condenam.
A não ser que cheetos, fandangos, pringles e outras
iguarias ricas em corantes, conservantes e gorduras trans, em vez de engordar,
façam crescer. Ou os sanduíches com três andares de picanha processada, mais
uma tonelada de batata frita, tudo melado com ketchup. Ou os 200 tipos de
chocolates sólidos e líquidos, que nos tornam os campeões mundiais nessa
categoria. Os jovens comem isso dia e noite e, contra toda a lógica, não param
de crescer.
Será também pelas porções tamanho
jumbo? Uma ida ao cinema exige hoje o consumo de um saco de pipoca puxada na
manteiga, que sustentaria uma família no Sudão por uma semana, e de um copo de
700 ml de Coca-Cola contendo 12 colheres, das de sopa, de açúcar. Somando os
biscoitos, balas e pastilhas que eles também devoram durante o filme, o
incrível é que metade da plateia não desenvolva diabetes antes do fim da
sessão.
Sem falar que essa é uma geração que, empanturrada,
passa o dia diante da TV ou do computador, e cuja principal atividade física
envolve um controle remoto ou um mouse. Por que crescem tanto, para mim é um
mistério.
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A luta para recuperar o
crescimento. Coluna Econômica de Luis Nassif -
29/06
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Responsável pelo fim das linhas do INSS, o
ex-Ministro da Previdência Nelson Machado ironiza os modelos de gestão, pacotes
fechados oferecidos a empresas públicas ou privadas e à administração pública.
O modelo é interessante de se conhecer, diz ele.
Mas deve ser encarado como uma caixa de ferramentas que se abre e se usa o
necessário. Para cada situação, um conjunto de ferramentas.
***
Na coluna de ontem mostrei os passos iniciaisda
reforma da Previdência.
Houve uma reunião inicial com gerentes de todo o
país para buscar soluções para as filas.
Constatou-se que o primeiro passo seria organizar
previamente os horários de atendimento. Haveria uma seletividade, em função da
necessidade do seguro. E - principalmente - a resolutilidade. Isto é, a solução
para o caso deveria ser dada no primeiro atendimento.
O padrão da administração pública é receber o
pedido, carimbar, colocar na pasta e passar para frente. A solução imediata do
problema exigiu muito treinamento e capacitação.
***
No passado recente, foram feitas várias tentativas
de modernização, como a consolidação dos bancos de dados de Pis-Pasep e outras
formas de registro profissional dos segurados. Mas a legislação impedia o seu
uso como prova de tempo de trabalho.
Na gestão Pimental - anterior a Machado - a lei foi
alterada permitindo eliminar o chamado saquinho de papel (a montanha de
comprovantes de vínculos trabalhistas que acompanhava cada processo). Com o
computador ligado, o atendente tinha condição de aprovar o pedido de
aposentadoria na hora, consultando o histórico do beneficiário.
***
Reordenou-se a lógica das consultas. No caso de
aposentadoria por acidente de trabalho, por exemplo, o segurado previsava ir à
agência marcar a perícia. Uma segunda ida, para fazer a perícia. Uma terceira
ida para ter alta.
O agendamento passou a ser feito por canais de
atendimento à distância. Montou-se uma estrutura de agendamento por telefone
(37%), Internet (25%) e agência (6%).
***
Para cada caso - quebra de perna, braço etc. - o
médico já dava um prazo padrão para restabelecimento do segurado. Ao final do
prazo, a alta era automática. Só voltava ao perito o segurado que precisasse de
mais tempo de recuperação.
Em 2005 houve 900 mil perícias médicas, 500 mil por
terceirizados. Em setembro começaram a entrar os concursados. A média das
perícias caiu para 500 mil.
***
Outro ponto de desafio foi o combate ao desperdício
e à fraude. Havia a mística de que 50% dos benefícios da Previdência eram
fraudados - beneficiários fantasmas, falecidos etc. Houve algumas tentativas de
censo, mas que esbarraram em problemas de planejamento.
Para preparar o novo censo, montou-se um plano
inicial e Machado conversou antecipadamente com presidentes do STF, do Senado e
Câmara, do TCU, com o Procurador Geral da República e com as principais
redações de jornais.
Deixou claro que bastaria uma matéria
sensacionalista com alguma idosa com dificuldades de se recadastrar para
derrubar o trabalho.
***
Conseguiu-se adesão geral. Ao final do
recadastramento, as fraudes não chegavam a 2,5% - mas um valor considerável, de
R$ 1,5 bilhão, levando-se em conta o tamanho do orçamento do órgão.
Hoje em dia o recadastramento é automático, através
das próprias agências bancárias.
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A vitória do Bolsa Família. Coluna Econômica de Luis Nassif - 02/07/2012
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Se houve um vitorioso na Conferência Rio+20 foram
as políticas de transferência de rendas do país e, entre elas, especificamente
o Bolsa Família.
A agenda da pobreza acabou indo para o centro do
documento final da conferência. E em todo lugar em que se discutia o tema, a
experiência brasileira era apontada como a mais bem sucedida, em vários
aspectos: efetividade (não gera dependência), os beneficiários trabalham, há o
emponderamento das mulheres, melhor frequência escolar e desempenho das
crianças.
***
Hoje em dia, há pelos menos duas delegações
internacionais por semana visitando o MDS (Ministério do Desenvolvimento
Social), segundo informa a Ministra Tereza Canepllo, para saber mais detalhes
da experiência.
***
Com 9 anos de vida e 13,5 milhões de famílias
atendidas, com riqueza de séries históricas, estatísticas e avaliações, o BF
conseguiu desmentir várias lendas urbanas:.
Lenda 1 – o BF criará preguiçosos acomodados.
Os levantamentos comprovam que maioria absoluta dos
adultos beneficiados trabalha na formalidade e na informalidade.
Lenda 2 – as beneficiárias tratarão de ter mais
filhos para receber mais auxílio.
O último censo comprovou redução geral da
natalidade no país, mais ainda no nordeste, mais ainda entre os beneficiários
do BF.
Lenda 3 – um mero assistencialismo sem
desdobramentos.
Nos estudos com gestantes, as que recebem BF
frequentam em 50% a mais o pré-natal; as crianças nascem com mais peso e
altura; houve redução da mortalidade materna e infantil. Há maior frequência
das crianças às escolas.
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Agora, através do programa Brasil Carinhoso, se
entra no foco do foco, as famílias mais miseráveis com crianças de 0 a 6 anos.
No total, 2,7 milhões de crianças.
Em 9 anos, atendendo 13,5 milhões de família, o BF
consegue uma avaliação refinada e de segurança para todos os parceiros.
***
Com Brasil Carinhoso pretende-se chegar a 2,7
milhões de crianças, em famílias pobres com filhos entre 0 e 6 anos de idade.
A grande preocupação da presidente, explica Tereza
Campello, é que essas crianças não podem esperar: qualquer impacto da pobreza
sobre sua formação, qualquer problema nutricional as afetará por toda a vida
Essas famílias representam 40% dos extremamente
pobres do país. Primeiro, se levantará sua renda atual. O Brasil Carinhoso
complementará até atingir R$ 70,00 per capita por mês.
***
Hoje em dia, não há um técnico de renome que tenha
ressalvas maiores ao Bolsa Família. As críticas estão concentradas em
colunistas sem conhecimento maior de metodologia de políticas sociais, de
estatísticas.
No início do governo Lula, havia duas vertentes de
discussão sobre políticas sociais. Uma, a do universalismo inconsequente, a do
distributivismo sem metodologia – cujo representante maior era Frei Betto e seu
Fome Zero. A outra, um modelo metodologicamente sofisticado,, tem como figura
central (na parte de focalização) o economista Ricardo Paes de Barros.
Prevaleceu um misto do modelo, com as estatísticas
sendo utilizadas para focalizar melhor os benefícios. Foi esse modelo que
acabou consagrando universalmente o BF.
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CARLOS HEITOR CONY
Um mistério na Redação. FOLHA SP 03.07.12
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RIO DE JANEIRO - Até hoje não entendi. Vou contar o
caso porque tenho pelo menos três testemunhas vivas e em atividade profissional
para confirmar o que se passou naquele 14 de março de 1985, na Redação da
"Manchete": Roberto Muggiati, José Esmeraldo Gonçalves e J.A. de
Barros.FOLHA SP 03.07.12
Íamos lançar uma nova revista para substituir a
"Fatos&Fotos". Uma equipe já estava em Brasília para cobrir a
posse de Tancredo Neves na Presidência da República. O Mauro Salles, na
véspera, me transmitira o convite para almoçar com Tancredo e mais cinco jornalistas.
Respondi que não podia, precisava editar o primeiro número da nova revista.
Pouco depois do almoço, mais ou menos às 15h,
recebi um telefonema, voz de mulher. Falando baixinho, ela me informou que
haveria um imprevisto no dia seguinte. Tancredo não tomaria posse. Não podia
entrar em detalhes.
Não tive outras informações, mas desconfiei que o
aviso recebido era de pessoa comprometida pessoalmente com Tancredo. Chamei o
Esmeraldo e o Barros, respectivamente, diretor de Redação e diretor de arte.
Disse que ia mudar a pauta do nosso primeiro número, porque Tancredo não
tomaria posse. Avisei também ao Mugiatti que estava fechando o número especial
da "Manchete" com pauta parecida.
Dez minutos depois, Adolpho Bloch, que já estava em
Brasília com o Alexandre Garcia e uma numerosa equipe, telefonou. Exaltado, me
chamou de maluco, onde já se vira? Tudo estava pronto para a posse. Passou o
telefone para o Alexandre, que chefiava nossa sucursal.
Ele garantiu que tudo estava tranquilo, não haveria
nenhum golpe contra a posse de Tancredo, que eu estava, como sempre, mal
informado.
Meia-noite, mais ou menos, Adolpho me ligou: que
desse a capa com o Sarney.
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Greve nas federais já atinge os
hospitais universitários do país
Consultas eletivas e alguns tipos de exame são
cancelados por falta de técnicos. FOLHA SP 03.07.12
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O atendimento dos hospitais universitários
-referência no serviço do SUS (Sistema Único de Saúde)- começa a ser afetado
pelas paralisações por todo o país.
A greve nacional dos professores das universidades
federais já dura um mês e meio e atinge 95% das escolas, segundo a organização.
O governo diz não ter balanço da paralisação.
Em paralelo, acontece a greve dos servidores
técnico-administrativos das federais, iniciada no último dia 11 de junho.
A categoria, que abrange técnicos em enfermagem,
assistentes administrativos, auxiliares de laboratório, motoristas e dezenas de
outros profissionais, reivindica recomposição salarial de 22% e piso de três
salários mínimos, entre outros pontos.
HOSPITAIS
A adesão dos servidores à greve varia de acordo com
a universidade, mas é suficiente para causar transtornos em alguns hospitais.
No Hospital de Clínicas da UFPR (Universidade
Federal do Paraná), por exemplo, cerca de 70% do atendimento está comprometido.
Na semana passada, o hospital suspendeu todas as
consultas eletivas (cerca de 1.400 por dia, muitas agendadas com meses de
antecedência) devido à falta de técnicos nos laboratórios, que estão sem
funcionar há pelo menos duas semanas.
Não estão sendo feitos exames laboratoriais, como
de sangue e urina, de imagem (ultrassom, raios-X e tomografia) e endoscopias
digestivas.
Só foi preservado o atendimento a pacientes
internados (o HC tem 510 leitos) e em tratamento quimioterápico, além dos
atendimentos de urgência e emergência -que, ainda assim, foram afetados.
Nas UTIs, por exemplo, 4 dos 14 leitos estão
inutilizados, por falta de pessoal. Metade dos dez leitos do pronto-atendimento
também foram bloqueados pela direção.
A estimativa é que entre 10 mil e 15 mil pessoas
tenham deixado de ser atendidas desde o início da greve.
Procurada, a assessoria de imprensa do hospital
informou que nenhum diretor poderia dar entrevista sobre o assunto.
Em Minas Gerais, no Hospital das Clínicas da UFMG
(Universidade Federal de Minas Gerais), cerca de 25% do atendimento
ambulatorial e hospitalar foi comprometido.
De acordo com a direção do hospital, todas as
consultas e exames já agendados estão sendo realizados.
As restrições são apenas para novas consultas e
exames -mas testes que apenas o Hospital de Clínicas realiza na rede pública
não foram interrompidos. No total, 140 mil exames são feitos todo mês no
hospital.
No ano passado, os servidores
técnico-administrativos das universidades federais ficaram cerca de cem dias em
greve em todo o país, mas não houve negociação com o governo federal.
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Inéditos de Paulo Mendes Campos serão lançados em
livro na Flip
Carta e poema escritos para o amigo Otto Lara
Resende estão reunidos em nova publicação
Textos foram escritos quando autor tinha 19 anos e
havia acabado de chegar ao Rio, atraído por Pablo Neruda. FOLHA SP 03.07.12
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Poucos dias após chegar ao Rio, em agosto de 1945,
atraído pela presença do poeta chileno Pablo Neruda (1904-1973) na cidade, o mineiro
Paulo Mendes Campos, então com 23 anos, escreveu a seu amigo Otto Lara Resende,
movido pelo impacto da mudança de Belo Horizonte.
Àquela altura desempregado, morando de favor na
casa de Fernando Sabino e ainda distante da publicação de seu primeiro livro
("A Palavra Escrita", de 1951), o poeta e cronista sentia-se exilado,
perdido, temeroso quanto ao que viria.
"O coração pesa e se refugia silencioso entre
possibilidades e apreensões. Dir-se-ia um coração cansado. Entretanto, meu
velho, esse é um valente coração", escreveu o autor na primeira das nove
páginas manuscritas de "Carta a Otto ou Um Coração em Agosto".
A correspondência entre os dois escritores,
encerrada com um poema inédito de Paulo Mendes Campos, chega agora ao público
em livro publicado pelo IMS (Instituto Moreira Salles) que será lançado na Flip
(Festa Literária Internacional de Paraty), que começa amanhã.
"Não é uma carta tradicional, com a
informalidade que marcava a correspondência entre eles. É um desabafo no mês da
chegada dele ao Rio, com clara intenção literária", diz Elvia Bezerra,
coordenadora de literatura do IMS e responsável pela edição.
O próprio Campos faz menção jocosa a suas intenções
literárias no trecho mais informal da carta, que introduz o poema inédito em
homenagem ao "irmão triste e terno":
"Otto, mermãozinho, às 6 horas parnasianas de
uma tarde carioca me canso de 'literatura' e resolvo fazer literatura. Mas não
sei. Então, escreverei um poema. E escrevo pra você."
ACERVO ABERTO
A publicação de "Carta a Otto" também
marca a abertura de parte do acervo de Paulo Mendes Campos, doado ao IMS no
início do ano passado.
Por ora, estão acessíveis 53 cadernos com poemas,
manuscritos, reflexões e estudos. Há ainda 180 itens de correspondência e 360
fotografias que não foram catalogados nem liberados.
A quantidade de material inédito e sua relevância
ainda precisam ser determinadas pelos estudiosos da obra do mineiro.
Nos cadernos a que a Folha teve acesso exclusivo,
estão desde textos escritos em livros escolares -como o inédito "Fugindo
de Casa", escrito aos 11 anos, relatando a experiência do título- até
rascunhos de poemas mais maduros, como a "Cantiga para Mario
Quintana".
Há também listas de obras "traduzidas" e
"traduzíveis" -de autores como T.S. Eliot, Rimbaud e Apollinaire-,
aforismos e "epígrafes possíveis", além de reflexões que mostram a
permanência do mesmo estado de espírito que se nota na carta a Otto:
"O que leva o escritor a encontrar a palavra
certa é o exercício da leitura certa; o que leva o escritor a encontrar a
palavra tocante é o exercício das aflições."
CARTA A OTTO OU UM CORAÇÃO EM AGOSTO
AUTOR Paulo Mendes Campos
EDITORA IMS
QUANTO R$ 19,50 (40 págs.)
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Orquestras jovens brilham em
festival
Músicos adolescentes são destaque no fim de semana
de abertura da 43ª edição de evento de Campos do Jordão
O pianista russo Dmitry Mayboroda, de 18 anos,
exibiu o seu talento; apresentação da Osesp abriu a programação. FOLHA SP
03.07.12
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A abertura foi da Osesp, mas o brilho todo ficou
para as orquestras jovens no primeiro final de semana da 43ª edição do Festival
Internacional de Inverno de Campos do Jordão.
A bem da verdade, o bom nível da Orquestra
Experimental de Repertório, que tocou no domingo à tarde, não chega a
surpreender.
Além de ter gente experiente em postos
estratégicos, a orquestra é fruto de mais de duas décadas de dedicação do
maestro Jamil Maluf, que regeu de cor a abertura da ópera "Fosca", de
Carlos Gomes, e as "Variações Enigma", de Edward Elgar.
Ele também acompanha com grande sensibilidade o
jovem prodígio russo do piano Dmitry Mayboroda, com 18 anos de puro talento, na
"Rapsódia sobre um tema de Paganini", de Rachmaninov.
O assombro veio mais cedo, no concerto matinal do
domingo, da Orquestra Jovem do Estado de São Paulo, que, sob regência de
Claudio Cruz, executou a "Sinfonia Inacabada", de Schubert, e a
oitava sinfonia de Dvorák.
A Estadualzinha, como é carinhosamente apelidada,
foi reformulada há não mais do que seis meses. E o resultado impressiona.
Batalhando contra instrumentos precários e a
acústica ingrata do Auditório Cláudio Santoro, seus musicistas imberbes, dentre
os quais não há nenhum marmanjo, realizaram verdadeiras façanhas de sonoridade,
musicalidade e fraseado.
A primeira edição do festival sob direção da
Fundação Osesp foi aberta pela própria orquestra, no sábado, repetindo o
programa feito na Sala São Paulo: a "Missa Solene", de Beethoven, sob
a batuta de Thomas Dausgaard.
Ele e a orquestra tiveram o desempenho questionado
na semana anterior, pelo programa com a terceira e a quarta sinfonias de
Brahms.
Desta vez, porém, conseguiram "limpar a
barra", em uma leitura vigorosa da partitura de Beethoven, com a
colaboração de uma bem-vinda "joint venture" do Coro da Osesp e do
Coral Paulistano, além de um quarteto equilibrado de vozes solistas (Susanne
Bernhard, soprano, Ingebor Danz, meio-soprano, Donald Litaker, tenor, e Klemens
Sander, barítono). (IRINEU FRANCO PERPETUO)
FESTIVAL INTERNACIONAL DE INVERNO DE CAMPOS DO
JORDÃO
QUANDO até 29/7
CONFIRA a programação em
www.festivalcamposdojordao.org.br
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Brasil perde 9 posições em
ranking de inovação.
País é 58º da lista de países mais inovadores,
atrás de Portugal, Chile e África do Sul; crédito, ambiente de negócios e
educação são entraves. O Estado de S. Paulo - 03/07/2012
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O Brasil desabou no ranking dos países mais
inovadores do mundo. Uma classificação publicada hoje pela Organização Mundial
de Propriedade Intelectual e pelo instituto Insead, considerada como a mais
completa temperatura do grau de inovação no mundo, aponta que o Brasil ocupa
apenas a 58.ª posição no ranking, uma queda de nove posições em relação a 2011.
Países como Portugal, Sérvia, Romênia, África do
Sul e Bulgária estão melhores colocados que o Brasil. Os principais obstáculos
no País: a qualidade do ensino superior e as condições para investir em
ciência. O ranking é liderado pela Suíça, seguido pela Suécia, Cingapura e
Finlândia. Os Estados Unidos estão na décima colocação.
O levantamento revela que o Brasil foi o país que
mais caiu no ranking entre os Brics, sigla que agrupa China, Índia, Rússia e
Brasil. Para os especialistas, o bloco todo precisa corrigir obstáculos
institucionais para fomentar a inovação. China e Índia são citados como
exemplos de países que conseguiram transformar bolsões de tecnologia em ganhos
mais generalizados para a economia.
Mas, quanto ao Brasil, o levantamento revela que o
País não é líder em inovação nem mesmo na América Latina. O Chile está na 39.ª
posição. Já o restante da região está bem abaixo. Na 58.ª posição, a situação
do Brasil não é cômoda. "Particularmente preocupante é a posição do Brasil
no que se refere ao ambiente para negócios (127.ª posição de 141 países
analisados), a educação superior (115.º lugar), condições de crédito e comércio
(108.º lugar)", alertou o estudo.
O levantamento ainda indica que o peso das
importações no PIB brasileiro é o menor do mundo. Em 2010, as importações
representavam apenas 12% do PIB, o menor índice entre 141 países avaliados. O
Brasil também tem uma baixa taxa de pesquisas publicadas em revistas
científicas em comparação a seu PIB. O Brasil tem uma produção menor que Fiji,
Irã ou Zimbábue, levando em conta o tamanho das economias.
Exportação. Com apenas 14% de suas exportações com
valor agregado de alta tecnologia, o Brasil ocupa a 49.ª posição entre os
países com uma pauta de exportação mais avançada. Tunísia, Indonésia e
Casaquistão estão em melhor posição. Outra constatação é de que empresas raramente
contribuem com a inovação no Brasil, com menos de 5% das patentes registradas.
Hoje, 24% das patentes são registradas por universidades.
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