quarta-feira, 11 de julho de 2012
Mercadante propõe vincular verba
da educação a royalties do petróleo. www.senado.gov.br
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Consumo de suplementos
alimentares pode causar danos à saúde, alerta Anvisa. www.planalto.gov.br
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Campanha nacional defende a
descriminalização das drogas
Foi lançada ontem no Rio uma campanha para obter
apoio a um projeto de lei para alterar a atual legislação de drogas,
descriminalizando o porte, o plantio e o preparo para consumo próprio. FOLHA SP
10.07
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A lei atual prevê tratamento diferente para
traficantes e usuários. Considera crime porte de pequena quantidade de droga,
mas aplica pena mais branda para usuários.
O texto, porém, não tem critérios claros
diferenciando as duas categorias, o que deixa a decisão para o juiz.
"Estão tratando como traficante pessoas sem
ligação nenhuma com o crime organizado, que nunca cometeram um crime violento e
foram presas com pequena quantidade de droga, desarmadas e sozinhas", diz
Pedro Abramovay, ex-secretário nacional de Justiça e ex-secretário de Políticas
sobre Drogas do Ministério da Justiça.
A Comissão Brasileira sobre Drogas e Democracia
levará o texto ao Congresso neste mês para ser apresentado pelos deputados do
PT Paulo Teixeira e Alessandro Molon.
O texto já está disponível no site
www.eprecisomudar.com.br, onde são coletadas as assinaturas. O plano é chegar a
1,3 milhão de nomes.
Pelo novo projeto, pessoas flagradas com droga
suficiente para o consumo individual de dez dias serão consideradas usuárias.
Caberá ao Executivo definir quanto caracteriza o consumo diário.
Os vídeos da campanha trazem atores como Felipe
Camargo, Isabel Fillardis, Luana Piovani, Luís Melo e Regina Sampaio
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Carlos Heitor Cony
Cronistas e colunistas
RIO DE JANEIRO - Leitores perguntam por que me
considero "cronista" -e não "colunista"- dos jornais e
revistas que me aturam há alguns anos de atividade profissional. FOLHA SP 10.07
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Os manuais de Redação adotados em quase todos os
veículos impressos consideram como "colunas" qualquer texto assinado,
opinativo e periódico, apesar de aceitarem a distinção entre
"colunista" e "articulista". Este é um convidado ou
colaborador que oferece seu trabalho para publicação.
Independente da qualidade dos textos, a crônica é
um gênero literário, seu espaço natural é o jornal, o livro, o rádio e até a
televisão. João Saldanha, que era multimídia, sempre fazia crônica, mesmo
quando escrevia para jornais. No mesmo caso estão Nelson Rodrigues, Janio de
Freitas, Ruy Castro, José Simão e muitos outros.
Colunistas foram, no passado, Ibrahim Sued, Zózimo,
Tavares de Miranda e outros que assinavam colunas fixas sobre pautas
determinadas pelo editorial de cada veículo.
Há colunistas que cobrem política, polícia,
sociedade, esportes, culinária, economia, teatro, cinema, música, artes
plásticas etc. São opinativos e/ou informativos. Noticiam ou comentam fatos ou
quase fatos, inclusive fofocas. Trabalham com equipes buscando as necessárias
fontes. Editam o material recolhido pela equipe ou recebido diretamente de
interessados.
O colunista de televisão não emitirá opinião ou
informação sobre a crise do euro ou a demarcação de terras indígenas.
O colunista internacional não comentará nem
noticiará a ida da Fátima Bernardes para outro programa ou a demissão de um
delegado da Polícia Federal. Sem compromisso com qualquer assunto, um cronista,
como mal me considero, poderá falar de tudo, inclusive da falta de assunto.
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Festival
Ouro Preto e Mariana recebem
mostra
De hoje a 22 de julho, acontece o Festival de
Inverno de Ouro Preto e Mariana - Fórum das Artes 2012, em Minas. O evento
inclui exposições, peças, oficinas e shows de diversas áreas culturais, no
Centro de Artes e Convenções (r. Diogo de Vasconcelos, 328, em Ouro Preto; tel.
0/xx/31/3559-1223; grátis). FOLHA SP 08.07
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10ª FESTA LITERÁRIA
INTERNACIONAL DE PARATY
Teju Cole diz ter sofrido preconceito no Brasil
Escritor relatou episódios em que teria sido
discriminado por ser negro
Americano de origem nigeriana disse na Casa Folha
que imagem de postal não deixa ver quão dividido é o país. FOLHA SP 08.07
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O escritor americano Teju Cole, 37, um dos
convidados da Flip deste ano, disse ontem em palestra na Casa Folha que foi
discriminado em sua atual visita ao país, inclusive em Paraty.
"O Brasil, infelizmente, tem uma imagem de
cartão-postal e, mais recentemente, uma imagem de um capitalismo bem-sucedido.
É preciso visitar o Brasil para entender quão profundamente dividido ele
é", disse o escritor, filho de pais nigerianos.
"A imagem exterior é a de que o Brasil é
unido, resolveu seus problemas de raça, mas eu fiquei chocado. Estive no palco
principal [da Flip], [havia] uma audiência de centenas, por que era tão
branca?"
E seguiu: "Aqui nessa sala, sou provavelmente
a pessoa mais negra. Brasil, você está partindo meu coração."
Cole, que havia visitado o Rio há dois anos, narrou
dois episódios atuais em que teria sofrido preconceito.
O primeiro foi ao chegar no aeroporto internacional
de São Paulo, "acompanhado de dois outros autores americanos convidados,
brancos", que ele não quis identificar.
"Alguém do aeroporto me apontou um caminho;
meus amigos me seguiram, mas ele disse que só eu precisava ir. Minhas malas
passaram por uma vistoria extra. Bem-vindo ao Brasil", contou.
"É claro que essa seleção não foi feita porque
alguém olhou meu passaporte."
O outro incidente aconteceu durante a Flip, quando
o escritor entrou em um local no centro histórico de Paraty "onde as
pessoas estavam indo e vindo livremente".
"Fui perseguido pelo segurança, até que
apareceu alguém dizendo 'ele é um dos nossos palestrantes'. Essa é a realidade
presente aqui."
Apesar das críticas, ele fez questão de elogiar os
brasileiros em geral. "Viajei muito no último ano para divulgar meu
trabalho e em poucos lugares as pessoas foram tão afetuosas e interessadas pelo
meu livro quanto aqui."
Cole iniciou sua apresentação lendo em português os
dois primeiros versos do clássico "No Meio do Caminho", de Drummond,
e concluiu o poema em inglês, na versão traduzida por Elizabeth Bishop
("Uma das minhas poetas preferidas", disse).
"Para mim, esse é um poema sobre a epifania,
um momento que pode ser transformado em algo para a vida inteira. É isso que se
faz quando se escreve um romance, partir de algo simples que pode se tornar
memorável."
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Concertos em Campos destacam
composições de Heitor Villa-Lobos
Peças do brasileiro estiveram em quatro de dez
apresentações do 2º fim de semana do 43º Festival
Quarteto Radamés Gnattali, Orquestra do Festival e
Sinfônica Municipal de São Paulo foram alguns destaques.
FOLHA SP
10.07
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Heitor Villa-Lobos (1887-1959) não escreveu a
principal peça de nenhum dos dez programas deste último fim de semana, no 43º
Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão. Mas foi interpretado em
quatro deles. E de modo exuberante.
O violoncelista Antonio Meneses e o violinista
Cláudio Cruz fizeram do compositor, no domingo, "Choro Bis para Violino e
Violoncelo", antes de se juntarem ao pianista José Feghali em récita que
terminou com uma preciosidade do do repertório camerístico, o "Trio",
op. 49, de Felix Mendelssohn.
Villa-Lobos também esteve com suas "Bachianas
nº 7", no concerto da Sinfônica Municipal de São Paulo. O resultado,
muitíssimo bom, provavelmente reflete o sangue novo da orquestra, com o
preenchimento, por jovens, de uma dezena de vagas abertas por aposentadorias.
Mas o maestro Abel Rocha atribui o resultado à
"retomada da rotina de trabalho" dos músicos, condenados por três
anos a agendas instáveis e ao nomadismo, durante o fechamento para reforma do
Theatro Municipal.
O Quarteto Radamés Gnattali fez o "Quarteto nº
3", ("Pipoca"), que Villa-Lobos escreveu aos 29 anos. É uma peça
engraçada, em que as cordas beliscadas pelos quatro músicos em um dos
movimentos imita a sonoridade desordenada das pipocas que estouram numa panela.
O Coro de Câmara da Osesp incluiu três canções do
compositor, escritas na ultima década de sua vida.
Entre os demais destaques, a Orquestra do Festival,
chamada no passado de Orquestra Acadêmica, saiu-se surpreendentemente bem, no
sábado, no primeiro de seus três programas até o fim do mês.
Os bolsistas se conheceram na segunda-feira anterior
e ensaiaram por somente quatro dias. Mas seus atributos individuais foram bem
amarrados pelo maestro britânico Richard Amstrong.
Fizeram Wagner, Dvorak e, com a soprano alemã
Suzanne Bernhard, uma leitura de grande delicadeza dos "Rückert
Lieder", de Mahler.
A Camerata Fukuda, habitual padrão de afinação e
musicalidade de suas cordas, teve o refinamento de se calibrar à acústica da
igreja em que se exibiu por meio da reformulação das marcações de dinâmica
(intensidade dos sons), na "Serenata", op. 48, de Tchaikovski, uma
das três peças do programa.
Uma palavra sobre a Orquestra de Metais Lyra de
Tatuí, raramente presente na mídia. Não é apenas um projeto social para
crianças e adolescentes de escolas públicas, lançado há dez anos por Adalto
Soares, ex-trompetista da Osesp.
É um projeto musical de muito boa qualidade. Com 72
músicos em concerto no sábado, nenhum problema de afinação em instrumentos
sempre dengosos, como trompas, tubas ou trombones.
A Osesp reapresentou, NO domingo à noite, o
"Concerto para Violoncelo Elétrico", de Enrico Chapela, com o solista
Johannes Moser e regência de Marin Alsop. O próprio instrumento é meio
inusitado. O público se dividiu entre perplexos e entusiastas. Pelos aplausos,
o segundo grupo foi mais numeroso.
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