Foi com base no artigo 34, Inciso VII, da Constituição Federal que o procurador-geral da República, Roberto Monteiro Gurgel Santos, baseou-se para solicitar a intervenção federal no Distrito Federal. Ao provocar o pronunciamento do Supremo Tribunal Federal (STF), o Ministério Público externa a situação a que chegou a gestão da capital da República, que há quase 90 dias se vê imersa em uma dezena de denúncias, onde diariamente nos são mostrados os meios a que recorreram tanto o Chefe do Executivo como da sua base aliada para assegurar o controle da coisa pública.
O artigo da Constituição é muito claro. Aliás, diga-se de passagem, o Distrito Federal já deveria ter sofrido intervenção há muito tempo, pois somente a alínea “e” do referido Inciso permite tal intervenção. Falo exclusivamente da aplicação dos mínimos percentuais não aplicados em educação – com a conivência explícita do Tribunal de Contas do DF que deturpa as normas brasileiras de contabilidade para afirmar que os gastos em educação estão dentro do que preceitua a Constituição Federal e a Lei Orgânica do Distrito Federal.
Brasília e sua população lutaram muito para conseguir eleger os seus representantes. Resgate desse processo foi feito recentemente pela Fundação Banco do Brasil no livro A Luta pela Autonomia Política: memórias do Distrito Federal, obra essa feita sob a supervisão do Museu da Pessoa, de São Paulo. Brasília era uma anomalia no contexto federativo. Mesmo sob o auspício do regime militar, eleições para governadores eram realizadas desde 1972, mas Brasília teve de esperar 30 anos para poder eleger os seus representantes e há 20 se pergunta como pode chegar a essa representação instalada no final da Asa Norte, que sequer conseguiu nesse período instalar uma comissão para apurar os fatos revelados pela Operação Caixa de Pandora.
A intervenção no Distrito Federal é decisão do presidente da República, independente da decisão que venha a ser tomada pelo STF. Desde o início da operação o Palácio do Planalto foi alertado sobre essa possibilidade. A medida amparada na nossa Constituição visa reequilibrar o sistema federativo, além de garantir a segurança institucional da Nação. Brasília é a capital da República. Os brasileiros de todos os rincões financiam 50% do orçamento local via o Fundo Constitucional do DF. Nenhum ente federado conta com tamanha benesse como aqui. É mais um dos motivos para que os impostos pagos por todos os brasileiros não virem pó na próxima e prolongada seca que se avizinha.
A intervenção não é ato precipitado. É ato estabilizador da democracia. A posse do vice-governador não garante tal estabilidade; muito menos algum representante da Câmara local imersa em várias suspeitas. Aliás, a intervenção é medida reparatória das instituições democráticas e o inciso “a” que se baseia o MPU visa exatamente garantir a forma republicana, o sistema representativo e o regime democrático.
Quanto ao governador e a todos os relacionados em suspeitas sobre suas condutas, o Estado Democrático de Direito está assegurado e as suas respectivas defesas estão amparadas pela Constituição Federal. Quanto à crise institucional invocada pelo Senado Federal, não passa de mero efeito de retórica para aqueles que guardiões do sistema federativo nada fazem para garantir o seu funcionamento. Infelizmente vamos ter de conviver ainda algum tempo com a judicialização da política.
O presidente da República tem o dever de, usando das suas atribuições, reestabelecer um novo equilíbrio e uma nova realidade na Capital da República. Quanto a nós, cidadãos, é continuar o sonho de construir uma nova Brasília. Fonte: UnB.br 19/02
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Edu Lobo volta com inéditas e borda memória musical
Após mais de dez anos sem disco solo, compositor alia novidades a recriações
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A parcimônia com que Edu Lobo lança discos espelha a sua desejada falta de familiaridade com a velocidade que move hoje a indústria musical, em que quase tudo se esgota já ao nascer. Há muito o compositor cansou de ser moderno para virar eterno.
Seus últimos CDs são "Corrupião" (1993) e "Meia-noite" (1996), além da trilha da peça "Cambaio" (2001) e de uma ou outra trilha de cinema. Não por acaso, escolheu para faixa-título do novo trabalho uma canção que trata de memória, de emoções que persistem, "Vestígios de tempo/ Que mesmo embaçados/ Não passam jamais".
"Tantas Marés" é uma das seis parcerias inéditas com Paulo César Pinheiro. Não é uma safra deslumbrante, a se julgar por tudo o que Edu já fez.
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TANTAS MARÉS Artista: Edu Lobo Gravadora: Biscoito Fino Quanto: R$ 35, em média Avaliação: bom
Fonte: FSP 17/02
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Noel ganha estudo acadêmico
Livro reúne 14 textos que analisam obra do compositor, que faria 100 anos em 2010
Disco, previsto para sair em maio, traz sambas menos conhecidos de Noel Rosa, interpretados pela família de Martinho da Vila
O ano começou ontem para Noel Rosa (1910 -1937). Protagonista do desfile do G.R.E.S. Vila Isabel, quinta escola a passar pela Marquês de Sapucaí na madrugada dessa segunda-feira, o compositor ganha, no decorrer de 2010, uma série de homenagens pelo centenário de seu nascimento.
Outro ícone daquele bairro, Martinho da Vila está envolvido em, por enquanto, dois desses eventos. Além de ser autor do samba-enredo mostrado ontem na avenida, é o principal artista do disco que virá encartado em "Noel Rosa -100 Anos de Samba", livro programado para chegar às lojas em maio.
O projeto foi idealizado por Júlio Diniz, do departamento de Letras da Puc-Rio, e é parceria entre a Editora Puc-Rio e a gravadora Biscoito Fino.
Em fase de produção, o CD vai trazer sambas menos conhecidos de Noel. Quem os interpreta é Martinho e a família, incluindo os filhos Tunico Ferreira, Analimar e Mart'nália.
Já o livro reúne 14 textos inéditos, maior parte deles escrita por figuras do meio acadêmico, que vão analisar diferentes aspectos da obra de Noel.
"Cada texto tem como fio condutor um samba de Noel -ou, em alguns casos, um grupo deles", diz Diniz. "Trazem à tona o Rio da época, a malandragem, a boemia, a arte."
Santuza Cambraia Naves, professora do Departamento de Sociologia e Política da Puc-Rio, traça paralelos entre Noel e o modernismo.
"Ele combateu preconceitos contra músico, contra mulher, contra cantor, contra sambista, contra negro. Fez parcerias com Cartola, Ismael Silva, com a negrada toda", diz. "Até o preconceito sexual que era terrível ele combatia. Dedicou a Madame Satã, que era negro, bandido e homossexual. Quem na música popular brasileira fez mais do que isso?"
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FSP 16/02
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Ligação cara
O minuto de celular no país, aponta levantamento feito por consultoria europeia, é o segundo mais dispendioso do mundo. Custa em média R$ 0,45. Nos EUA, cobra-se R$ 0,10 pelo mesmo período de uso.
As operadoras culpam a carga tributária -e não deixam de ter razão. Mais de 40% do valor da tarifa corresponde a impostos e encargos, o que aliás não é peculiaridade do setor. Mas a situação também deriva de algumas normas que já se tornaram ultrapassadas e de falhas de regulação, a cargo da Agência Nacional de Telecomunicações.
acesse e prestigie eventos culturais em nossa Capital Federal
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Livro: A íris do olho da noite do escritor Menezes Y Morais
Escritor Menezes y Morais, como é conhecido, nasceu em Altos, Piauí. Radicado em Brasília desde 1980, lidera o movimento Coletivo de Poetas que existe há 19 anos e que realiza saraus em todo o Distrito Federal.
Jornalista e escritor José Roberto da Silva
Livro “A outra orelha de van gogh” de José Roberto da Silva
A poesia de Zé Roberto é de marinhagem terrestre seduzida pelas musas, sereias da poesia. “A outra orelha de van gogh” é título duplo pois ecoa o silêncio que se segue ao amor, sendo o mais enigmático e dionisíaco; um livro “borgeano”, refletindo nos labirintos de espelhos a essência da luta na cidade transbabylônica. Zé é daqueles que anuncia: “de todos os artefatos, ainda prefiro a poesia”. Jornalista, inspirado no movimento de Poesia Concreta dos anos 60, sua poesia rápida, dinâmica, com a linguagem do cartaz, que transmite, fotografa ambientes e sensações.
Reflexão !!!!!!
Pedaços da memória
Numa ilha perdida no oceano, deixaram de nascer criancinhas. Homens e mulheres viviam em paz, não se atraíam, viviam todos como irmãos, na inocência natural da carne.
Um missionário foi lá para saber o que estava acontecendo. E ficou horrorizado: homens e mulheres andavam nus, na maior intimidade, nem sabiam o que era sexo. Na mesma hora, o missionário rasgou a batina e fez pequeninas tangas para que as mulheres pelo menos escondessem o que fosse possível.
Na primeira noite, o missionário foi dormir, mas não conseguiu. Os machos procuravam desesperadamente as fêmeas, muito se fornicou à custa das pequeninas tangas que excitaram os homens e deram mais prazer às mulheres. Meses depois, nasciam criancinhas naquela ilha perdida no oceano. O missionário as batizava, pois lá ficara para sempre.CARLOS HEITOR CONY Folha sp 27.04
Lançamento do livro de Climério Ferreira
Poesia Mínima & Frases Amenas é o mais recente livro do Climério Ferreira, uma grande obra construída, tijolo a tijolo, com a argamassa da síntese em que as palavras se fazem de cimento e dão liga ao concreto.
Livro Poesia Mínima & Frases Amenas de Climério Ferreira
É possível ler o livro sem parar. Aliás, este é o primeiro impulso. Mas logo se percebe que, como um bom vinho, o melhor mesmo é degustar, sem pressa. Até porque a síntese poética tem o poder de provocar reações, remeter a lembranças.
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JUSTIÇA
Promotoria troca processo por doação de livros em São Carlos
DE RIBEIRÃO PRETO - Suspeitos de cometerem crimes federais leves em São Carlos (232 km de São Paulo) estão se deparando com uma proposta inusitada do Ministério Público Federal: doar livros em vez de responder ao processo.
O acordo começou a ser proposto há sete meses para casos em que a punição é inferior a dois anos e para suspeitos sem antecedentes criminais. Se enquadram nessa situação crimes como falso testemunho, contrabando, descaminho e desacato, por exemplo. Fonte: www.folha.uol.com.br
Antônio Miranda
Antonio Lisboa Carvalho de Miranda é maranhense nascido em 5 de agosto de 1940. Membro da Academia de Letras do Distrito Federal, foi colaborador de revistas e suplementos literários como o Suplemento Dominical do Jornal do Brasil e também o La Nación (Buenos Aires, Argentina) e Imagen (Caracas, Venezuela). Professor e ex-coordenador do Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação do Departamento de Ciência da Informação e Documentação da Universidade de Brasília, Brasil, ministra aulas e cursos por todo o Brasil e países ibero-americanos. Também é consultor em planejamento e arquitetura de Bibliotecas e Centros de Documentação. Doutor em Ciência da Comunicação (Universidade de São Paulo, 1987), fez mestrado em Biblioteconomia na Loughborough University of Technology, LUT, Inglaterra, 1975. Sua formação em Bibliotecologia é da Universidad Central de Venezuela, UCV, Venezuela, 1970. Foi Diretor da Biblioteca Nacional de Brasília de 2007 a 2010.
DETRÁS DEL ESPEJO, poemas de Antonio Miranda,
traducción y prólogo de Elga Pérez-Laborde. www.abraceeditora.com
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PARA VIVER COM POESIA
No fim tu hás de ver que as coisas mais leves são as únicas que o vento não consegue levar: um estribilho antigo, o carinho no momento preciso, o folhear de um livro, o cheiro que um dia teve o próprio vento...
Mário Quintana
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O tempo é lento demais para os que esperam... rápido demais para os que temem... longo demais para os que sofrem... curto demais para os que celebram... mas para os que amam, o tempo é eterno. (Henry Van Dyke)
Nicolas Behr - Poesia Pau-Brasília
Nicolas Behr (Nikolaus von Behr) nasceu em Cuiabá, em 1958. Cursou o primário com os padres jesuítas em Diamantino, MT, onde os pais eram fazendeiros. Mudou-se para a capital aos 10 anos e queria ser geólogo, arqueológo ou historiador. Mora em Brasília desde 1974. http://www.nicolasbehr.com.br/
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POESIA
Versos de bar em bar
A geração mimeógrafo, que tem emNicolas Behr o mais conhecido representante na cidade, fez escola e tem seguidores. Uma delas é Mira Alves, poetisa que busca divulgar o trabalho distribuindo seus livretos em bares e restaurantes de Brasília. Informações: miraa1. ecosol@gmail.com ou 8157-4119.
Poeta Jorge Amâncio
Jorge Amancio é fundador do Centro de Estudos Afro Brasileiro e do Grupo Cultural Axé Dudu. Faz parte da Academia de letras do Brasil - secção DF, do Coletivo de Poetas de Brasília e do Sindicato dos Escritores do Distrito Federal. Já participou de diversas antologias e publicou em 2007 o livro NEGROJORGEN. É coordenador do projeto Poemação – Sarau Videoliteromusical, que acontece na Biblioteca Nacional de Brasília. Mantém os blogs negrojorgen.blogspot.com e poemacao.blogspot.com.
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"Vivemos em um continente cheio de anacronismos. Por isso é um terreno fértil para a literatura. O escritor não pode escapar dessas percepções, mesmo que só queira contar uma história de amor"SERGIO RAMÍREZ escritor nicaraguense
Marcos Freitas
Brasília/DF . “Escrever é fácil: você começa com uma letra Maiúscula e termina com um ponto final. No meio você coloca as idéias.” Neruda. "Temos a arte para que a verdade não nos destrua..."; Nietzsche http://emversoeprosa.blogspot.com/
Lançamento ( 2010) mf
Livro de Marcos Freitas - URDIDURA DE SONHOS E ASSOMBROS (Poemas Escolhidos 2003-2007).
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“ Pode-se conhecer facilmente o caráter de um homem pela relação que ele mantém com o idioma (...).Elegância demasiada é suspeita, porque encobre um vazio.(...)O brasileiro, até mesmo no sentido filosófico, fala com sinceridade.Ele ainda deve criar sua própria linguagem.Isso também o obriga a pensar com sinceridade."João Guimarães Rosa
Jorge Ferreira
Empresário e escritor (poeta). Mineiro da cidade de Cruzília. Proprietário de bares em Brasília: Feitiço MIneiro, Armazém do Ferreira, Bar Brasília, Bar Brahma, Mercado Municipal ...
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Durante dias e dias o país inteiro discutiu uma miragem, um não-fato, algo que não existia. E na discussão se leu de tudo, analistas com julgamentos definitivos sobre a questão, acadêmicos soltando sentenças condenatórias, jornalistas atirando flechas na miragem.
O livro massacrado não defendia a norma “inculta”. Apenas seguia recomendações do Ministério da Educação, em vigor desde 1997, de não desprezar a fala popular. Era uma recomendação para que os jovens alfabetizados, que aprendem a falar corretamente, não desprezem pessoas do seu próprio meio, que não tiveram acesso à chamada norma culta.
Livro singelo de versos e causos do mineiro Jorge Ferreira foi escrito com entusiasmo para presentear os amigos no dia dos seus 50 anos. O bom texto traz imagens claras e potentes: seu próprio eu, que ele mesmo estranha; o pai que partiu antes da hora; o tio morto com seu terno azul de lisras claras e a gravata ainda cheiranda naftalina; uma Paulinha que se foi porque tudo tem seu fim; uma homenagem ao amigo que a política, cruel, abateu, mas voltará. Curtam este livro extraindo dele as palavras de um bom companheiro.
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