quarta-feira, 27 de março de 2013
MANIFESTO
CULTURAL em BRASÍLIA.
Março
de 2013
"A história se repete, a primeira
vez como tragédia e a segunda como farsa”.
Um espectro ronda o Distrito Federal -
o ataque ao patrimônio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) e aos guardiões do seu
espírito, o movimento cultural. Todas as vertentes da cultura candanga devem se
unir (artistas, intelectualidade, produtores, público, parlamentares e
cidadãos) para lutar pela recondução do Governo do DF às bases filosóficas do
programa apresentado na campanha eleitoral.
Queremos a melhoria das condições
gerais de produção e fruição da cultura. Assim, aplaudimos os avanços
alcançados com o aumento dos investimentos, no número e na abrangência
geográfica dos contemplados pelo FAC; na ação da Faculdade Dulcina; na criação
da Frente Parlamentar de Apoio à Cultura; na reforma do Cine Brasília; dentre
outros. Tudo bem quando apoiamos, mas, quando exercemos nossa cidadania, somos
tratados como ameaças e as divergências de opinião são lidas como confronto.
Que movimento já não foi acusado de
corporativista pelos donos do poder quando defende suas conquistas enquanto
eles as destroem, a fim de fortalecer sua própria corporação
(governo/partido/tendência)?
Quem não clamará quando vir o FAC
sendo vítima do ataque predatório da Secretaria quando tenta financiar com o
dinheiro do fundo ações que deveriam ser cobertas pelo orçamento da Secretaria?
Quem não se alinhará em favor do
combate à multiplicação de modalidades (“caixinhas”) nos editais e às extremas
restrições que esta prática causa à livre expressão artística?
E a volta do “balcão” de atendimento
ao lobby dos setores mais próximos do poder? Por que vivemos essa instabilidade
crônica nas regras dos editais e o que justifica o aumento vertiginoso da
burocracia se as regras do jogo não mudaram por omissão da própria Secretaria?
Quem não defende a participação social
efetiva em lugar dos simulacros assistidos nos debates dos Conselhos, na
Conferência de Cultura e nas consultas públicas como “O FAC que queremos”?
Por que o calendário de discussão do
novo decreto regulamentador foi suspenso sem justificativas e um novo edital
foi lançado às pressas, sem corrigir, minimamente, as insatisfações da
comunidade?
Estamos sendo forçados a tomar medidas
drásticas, como propor a impugnação dos editais do FAC, quando, na verdade,
somos a favor do estabelecimento de um diálogo sistemático com o Secretário de
Cultura do DF Hamilton Pereira. Este, porém, tem agendas constantes com os
“grandes empresários da cultura”, mas só compareceu ao Conselho de Cultura,
pela primeira vez, quase dois anos depois de assumir a gestão e, até o momento,
recusa-se a receber o Fórum de Cultura do DF.
Que movimento não se levantará em
favor do combate ao descaso com que o GDF trata a cidade patrimônio cultural da
humanidade? Em favor da superação da visão mercantilista, de espetáculo e de
entretenimento endossada pelo governador Agnelo Queiroz ao torrar mais de R$
1,3 bilhão num estádio com vistas a colocar Brasília no circuito internacional
de eventos, enquanto as cidades do DF não têm equipamentos de cultura e os
próprios do Plano Piloto vivem à beira da interdição?
Em favor do cumprimento da promessa de
se implantar 200 Pontos de Cultura, embora a Secretaria não consiga pagar nem a
segunda parcela dos 20 primeiros conveniados? A favor de concursos públicos
urgentes e do estancamento da sangria no corpo administrativo da Secretaria? A
favor da regulamentação transparente e cuidadosa da Lei de Incentivo, que
sequer incorporou os mais de 20 anos de crítica contra esse mecanismo de
financiamento à cultura?
A favor do fim do contingenciamento do
orçamento da Orquestra, único corpo artístico estável do DF? A favor do
investimento na capacitação dos gestores da cultura? A favor da transformação
das Gerências Regionais de Cultura em Diretorias e a sua vinculação à estrutura
da Secretaria?
A favor da melhoria da infraestrutura
do setor de comunicação da Secretaria e da democratização da comunicação social
no DF com o cumprimento das promessas de banda larga gratuita e da criação do
Conselho de Comunicação?
Em prol de uma efetiva proteção e
promoção da diversidade cultural e de uma integração maior do DF com o Entorno?
Há muitas insatisfações represadas que
precisam encontrar eco na atual gestão, a fim de que a cultura possa cumprir o
seu papel estratégico dentro dos novos paradigmas do desenvolvimento. Portanto,
todos à Manifestação Cultural, 1º de Abril (Dia Da Mentira), segunda-feira,
11h, em frente à Secretaria de Cultura.
“Todo poder emana do povo, e em seu
nome será exercido!”
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário