Espalhados pelo Distrito Federal, pequenos teatros cumprem o duplo papel de inserir a comunidade e realizar o sonho de artistas em ter o próprio palco
Grandes temporadas, casa cheia, sucesso de público. Quando essas expressões são ouvidas, logo se imagina um teatro com centenas de pessoas a aplaudir de pé o fim do espetáculo. Essa, no entanto, é a realidade de casas com menos de
Com 25 anos de carreira, Plínio Mósca acredita na força da geração de cultura por meio da programação variada e com longas temporadas proporcionadas pelo formato. “Quando se mantém um teatro de bolso com ensaios, oficinas e espetáculos, proporciona-se uma agenda maleável. Você pode ter uma peça infantil pela manhã e uma mais adulta e audaciosa no fim da noite”, complementa.
Negócio rentável? Nem tanto. Grande parte dos grupos que abriu o próprio teatro oferece ingresso gratuito e busca sustentação por meio de políticas públicas ou aulas de atuação, figurino, cenografia. Em grande parte, os teatros de bolso do DF estão ligados às associações de artistas, com objetivo de desenvolver atividades junto à comunidade. “É uma forma de incentivar a participação e promover a inclusão cultural por meio do teatro”, explica o bonequeiro Aírton Maciano. Após 23 anos de teatro popular, ele decidiu montar o Espaço Cultural Bagagem, em 2004, por exigência do público infantil que acompanhava o seu trabalho no Gama e cobrava apresentações frequentes.
Desde então, o Bagagem recebe pessoas de todo o DF no pequeno espaço no subsolo, que serve como escritório, teatro e camarim. “O ator tem de se vestir, maquiar e concentrar antes da entrada do público. Quando a sala atinge a lotação, com 60 pessoas, o espetáculo se torna extremamente intimista. Ainda mais quando voltado para crianças, que desconhecem o limite do palco”, destaca. No andar térreo, funcionam a oficina de bonecos e a recepção ao público ocasional, que passa pelo local em busca de bate-papo e descontração.
A atividade junto aos moradores locais rendeu frutos em Taguatinga e chegou a extrapolar a capacidade do Ponto de Cultura Invenção Brasileira, fundado por Chico Simões, em 2005, com patrocínio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC). A sede escolhida fica em loja no Mercado Sul de Taguatinga, comprada com as economias do artista. A partir dos recursos públicos para fomentar programação, Chico fortaleceu o trabalho desenvolvido com a companhia Mamulengo Presepada. “Foi possível desenvolver cursos regulares, produzir revistas e vídeos. A vizinhança, altamente marginalizada, transformou-se com o trabalho coletivo”, conta Chico Simôes.
Com o fim do convênio com o governo, a companhia se mudou mais uma vez de sede para voltar a atuar junto à comunidade de Taguatinga. O teatro de bolso, entretanto, continua mais que vivo e no mesmo local. CrB 25/10
Garantia a juiz deu mais credibilidade ao Judiciário
Projeto de lei enfrentou resistência nas áreas econômicas; Ministério da Cultura define novos critérios para aprovação
Investimento direto
A partir de 2010, devem ser disponibilizados, num fundo gerido pelo MinC, R$ 800 milhões. "O fortalecimento e a desburocratização do fundo é a grande novidade, porque põe fim à busca do patrocínio", diz Manevy. O dinheiro, quase todo do Orçamento, será distribuído por meio de bolsas e prêmios. "Vamos construir uma rede de pareceristas, formada por especialistas de cada área, que escolherá os projetos."
A migração de dinheiro para um fundo divide o setor cultural. Alguns defendem que só assim se abre espaço para manifestações menos moldadas ao mercado, que tendem a encontrar as portas fechadas nas salas dos grandes patrocinadores, interessados em expor suas marcas. Para outros, a centralização de poder nos corredores do ministério pode dar origem a favorecimentos indesejados.
Outra mudança que deve causar ruído diz respeito à exigência de contrapartida empresarial. A proposta prevê que, para usar benefício fiscal, as empresas devam colocar ao menos 20% de recursos próprios num projeto. O texto estabelece três diferentes tetos de renúncia: 40%, 60% e 80%.
Nenhum comentário:
Postar um comentário