Em Brasília, 3 mil professores e educadores de todas as regiões do Brasil e de outros 22 países acompanharam a cerimônia
A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça concedeu nesta quinta-feira (dia 26) a anistia política /post mortem/ ao educador Paulo Freire, falecido em 1997. A cerimônia ocorreu durante o Fórum Mundial de Educação Profissional e Tecnológica que conta com 3 mil professores e educadores de todas as regiões do Brasil e de outros 22 países, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília.
Presente na cerimônia, a viúva, Ana Maria Araújo Freire, se emocionou ao falar do marido. “Hoje, Paulo, você pode descansar em paz. Sua cidadania plena, sem vazios e sem lacunas, foi restaurada, como você queria, e proclamada, como você merece”, disse. A homenagem ao pernambucano que revolucionou as técnicas de ensino em todo o mundo foi marcada pela emoção.
O educador pernambucano foi afastado da coordenação do Plano Nacional, instituído meses antes pelo MEC, e aposentado compulsoriamente da cadeira de professor de História e Filosofia da Universidade Federal de Pernambuco. Após ser preso por 70 dias em uma cadeia de Olinda (PE), partiu para o exílio, retornando ao Brasil somente em 1980.
Em razão da perseguição política que resultou em 16 anos de exílio, a Comissão de Anistia concedeu indenização de R$ 100 mil – teto da prestação única, que prevê 30 salários mínimos para cada ano de perseguição comprovada.
Fonte:brasildefato.com.br 27/11/2009
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À própria custa S.A.
Bibliotecas comunitárias nascidas de iniciativas particulares levam a literatura a cidades carentes do Distrito Federal
A história das bibliotecas não começa com os livros. Muito antes de nascerem esses objetos tão atacados quando a intenção é oprimir o conhecimento, o homem já catalogava seus conhecimentos em espaços físicos reservados para tal. O livro é apenas uma das formas de armazenar a escrita inventada pelo homem muito antes de Gutemberg popularizar a prensa. A biblioteca nasce, antes de tudo, de um desejo de agregar o conhecimento. Luiz Costa, Dilma de Fátima Mendes, Sebastião José Borges, Geraldo Marques Damas e Luiz Rodrigues de Lima sabem muito bem disso. Sentiram essa comichão antes mesmo de poderem manusear um livro. Todos cresceram em ambientes desprovidos de literatura, com pouco acesso à educação formal, mas com uma sensibilidade capaz de guiá-los em direção ao mundo das letras. Sem recursos ou apoio do governo, dentro de suas próprias casas e em áreas pobres do Distrito Federal, eles montaram pequenas bibliotecas para atender à comunidade do bairro e vislumbraram na iniciativa uma alternativa à falta de lazer que pontua as cidades mais pobres da região. Os espaços são simples, abrem diariamente ou a pedidos e contm uma variedade razoável de livros. Literatura, publicações didáticas, enciclopédias e dicionários estão em todas essas bibliotecas frequentadas principalmente por crianças e adolescentes. Todos os volumes foram doados depois de um boca a boca que espalhou a intenção dos bibliômanos. Veja abaixo as histórias dessas iniciativas mantidas por vontade própria graças à demanda intensa das comunidades.
Biblioteca Alice Maria
Bisol Cascão — Guarita da Ceasa
A guarita que um dia serviu à vigilância na entrada da Ceasa estava abandonada. Ocupada por sem tetos e ponto de consumo de drogas, a pequena casinha assustava os frequentadores do local até ganhar reforma, 10 estantes e 5 mil livros. “A biblioteca ainda é novinha e pouco frequentada e o pessoal ainda não está acostumado”, explica Antonio José Laurindo, vigilante responsável pelo local. A média de visitantes é de três a quatro pessoas por dia, mas Laurindo não desanima diante das mesas e das paredes branquinhas de tão novas. Reabilitada por iniciativa da rede de postos Gasol como parte de um projeto que, desde 2007, ajudou a incrementar 54 bibliotecas públicas no Distrito Federal em parceria com administrações regionais, a guarita da Ceasa não exige registro dos visitantes. Quem quiser pode preencher uma ficha com dados pessoais, mas não há obrigatoriedade. “É para não intimidar e não ter aspecto formal”, avisa Alexandre Abreu, coordenador do espaço.
Biblioteca Luiz Lima — Visão do Futuro — Recanto das Emas
Quando já passa das 20h e um menino bate na porta em busca de um livro, Luiz Rodrigues de Lima fica feliz da vida. A biblioteca é pra isso mesmo. Não tem hora para precisar de livro. Lima aprendeu a ler aos 33 anos. Hoje, aos 46, não quer que ninguém da redondeza deixe de exercitar, por conta da falta de livros, uma das práticas que mais o fascina. O técnico em ar-condicionado reformou a casa, construiu um segundo andar e transformou parte do quarto em que dormia com a mulher em biblioteca. Ali, não há espaço para sentar e ler, por isso os livros estão catalogados e os frequentadores são convidados a levar os volumes para casa. Machado de Assis tem prateleira especial porque é o preferido de Lima, mas divide o espaço dos 4 mil livros com toda a literatura brasileira e uma boa leva de publicações didáticas. A iniciativa fez tanto sucesso que Lima exportou a ideia para outras cidades e estados. Já ajudou a montar seis bibliotecas no Distrito Federal e outros estados, todas com livros doados que guarda na casa de um amigo em Santa Maria. “Cansei de ouvir gente falando ‘Luiz, vou parar de estudar porque não tenho como comprar livro’”, confessa. A primeira biblioteca comunitária de Lima nasceu em Santa Maria, onde morava em 2002. Quando se mudou para o Recanto das Emas, trouxe junto a ideia.
Biblioteca Luiz Lima — Brazlândia
Inspirado na ideia de Luiz Rodrigues de Lima, Geraldo Marques Damas reformou uma sala de uma igreja da Assembléia de Deus em Brazlândia para receber a pequena biblioteca comunitária de 8 mil livros. “Meu objetivo é um trabalho social, divulgar e fazer com que as pessoas tenham uma prática da leitura principalmente nos assentamentos próximos, onde as pessoas enfrentam muitas dificuldade”, explica Damas. O espaço será batizado com o nome de Lima, que ajudou na doação de livros. “Ainda estamos em processo de catalogação, mas não temos restrição de assunto”, avisa Damas, que comemora o lote de 2 mil livros didáticos da biblioteca.
Biblioteca Casa da Memória da Arte Brasileira — Granja do Torto
Luiz Costa saiu de Serra dos Aimorés, no Espírito Santo, aos 12 anos. Chegou a Brasília em 1969. O pai vendeu a roça para ser vigia de bloco na capital. Para o jovem Costa, os planos de um concurso público já estavam traçados. Acontece que o rapaz desenhava e pintava muito bem. Não aguentou a ideia de uma repartição e desviou a própria trajetória. Virou pintor. Quando conseguiu construir uma obra capaz de sustentar a mulher e os dois filhos, começou então a investir em projeto maior. A biblioteca instalada num espaço de 350 m² no quintal da casa, que serve também de ateliê, é exclusivamente dedicada à arte brasileira. Tem um pouco de tudo relacionado ao tema, de catálogos de exposições até livros de luxo, passando, claro, pela literatura especializada e crítica. “Só a arte não me satisfez. Sempre fui muito zeloso pela pintura brasileira, que é muito mal cuidada”, conta. “Temos perto de 3 mil volumes focados em arte brasileira.” Costa atende somente com hora marcada e gosta especialmente do público infantil. Pensando nas crianças, montou uma estrutura para oferecer aulas e promover palestras. “Normalmente, quem leva são as escolas particulares. Aproveito e dou uma palestra sobre a responsabilidade e o privilégio de ter nascido ser humano e depois entro na arte, na pintura e na ecologia. Isso virou um hobby”, avisa. A coleção de livros deve ser consultada no local e o artista vai entrar com pedido no Ministério da Cultura para transformar a biblioteca em ponto de cultura. Costa conseguiu reunir exemplares preciosos como uma enciclopédia dedicada a esmiuçar os acervos dos mais importantes museus brasileiros. Ele mesmo compra os livros ou troca por pinturas.
Biblioteca Comunitária do Bosque — São Sebastião
Quando mudaram para São Sebastião, em 1999, Dilma de Fátima Mendes e Sebastião José Borges ficaram preocupados com a carência de lugares destinados à cultura e o índice de reprovação nas escolas locais. Sete anos depois, montaram a Biblioteca Comunitária do Bosque. Com o salário de vigilante e o de doméstica, Sebastião e Dilma alugaram um espaço e colocaram uma coleção de livros doados. Depois de quase quatro anos, o aluguel pesou no orçamento e a biblioteca foi transferida para a garagem da casa. Hoje, as prateleiras do casal abrigam mais de 10 mil livros, a maioria de didáticos. “Para manter a biblioteca ,faço bazares com doações”, avisa Dilma. “Quando o jovem está inserido na cultura e no estudo, não se envolve com delinquência”, diz Borges.
Correioweb 30/11
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Tribunal do tribunal – NOV/2009
O "Índice de Confiança na Justiça", pesquisa realizada pela Escola de Direito da FGV, quis saber como o brasileiro enxerga as últimas decisões do STF (Supremo Tribunal Federal). Citando o julgamento do caso do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci e do caseiro Francenildo, o do mensalão e a decisão sobre a extradição do italiano Cesare Battisti, os pesquisadores perguntaram aos entrevistados se elas foram parciais ou não: 40,5% responderam que foram "pouco" ou "nada imparciais", contra 30,3% que as consideraram imparciais; 29,2% não souberam responder.
TRÊS A TRÊS
A pesquisa, feita com 1.550 pessoas de sete capitais brasileiras a cada três meses, tem o intuito de avaliar a imagem do Judiciário brasileiro sob os critérios de "eficiência, imparcialidade e honestidade". FSP30/11
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Livro: A íris do olho da noite do escritor Menezes Y Morais
Escritor Menezes y Morais, como é conhecido, nasceu em Altos, Piauí. Radicado em Brasília desde 1980, lidera o movimento Coletivo de Poetas que existe há 19 anos e que realiza saraus em todo o Distrito Federal.
Jornalista e escritor José Roberto da Silva
Livro “A outra orelha de van gogh” de José Roberto da Silva
A poesia de Zé Roberto é de marinhagem terrestre seduzida pelas musas, sereias da poesia. “A outra orelha de van gogh” é título duplo pois ecoa o silêncio que se segue ao amor, sendo o mais enigmático e dionisíaco; um livro “borgeano”, refletindo nos labirintos de espelhos a essência da luta na cidade transbabylônica. Zé é daqueles que anuncia: “de todos os artefatos, ainda prefiro a poesia”. Jornalista, inspirado no movimento de Poesia Concreta dos anos 60, sua poesia rápida, dinâmica, com a linguagem do cartaz, que transmite, fotografa ambientes e sensações.
Reflexão !!!!!!
Pedaços da memória
Numa ilha perdida no oceano, deixaram de nascer criancinhas. Homens e mulheres viviam em paz, não se atraíam, viviam todos como irmãos, na inocência natural da carne.
Um missionário foi lá para saber o que estava acontecendo. E ficou horrorizado: homens e mulheres andavam nus, na maior intimidade, nem sabiam o que era sexo. Na mesma hora, o missionário rasgou a batina e fez pequeninas tangas para que as mulheres pelo menos escondessem o que fosse possível.
Na primeira noite, o missionário foi dormir, mas não conseguiu. Os machos procuravam desesperadamente as fêmeas, muito se fornicou à custa das pequeninas tangas que excitaram os homens e deram mais prazer às mulheres. Meses depois, nasciam criancinhas naquela ilha perdida no oceano. O missionário as batizava, pois lá ficara para sempre.CARLOS HEITOR CONY Folha sp 27.04
Lançamento do livro de Climério Ferreira
Poesia Mínima & Frases Amenas é o mais recente livro do Climério Ferreira, uma grande obra construída, tijolo a tijolo, com a argamassa da síntese em que as palavras se fazem de cimento e dão liga ao concreto.
Livro Poesia Mínima & Frases Amenas de Climério Ferreira
É possível ler o livro sem parar. Aliás, este é o primeiro impulso. Mas logo se percebe que, como um bom vinho, o melhor mesmo é degustar, sem pressa. Até porque a síntese poética tem o poder de provocar reações, remeter a lembranças.
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JUSTIÇA
Promotoria troca processo por doação de livros em São Carlos
DE RIBEIRÃO PRETO - Suspeitos de cometerem crimes federais leves em São Carlos (232 km de São Paulo) estão se deparando com uma proposta inusitada do Ministério Público Federal: doar livros em vez de responder ao processo.
O acordo começou a ser proposto há sete meses para casos em que a punição é inferior a dois anos e para suspeitos sem antecedentes criminais. Se enquadram nessa situação crimes como falso testemunho, contrabando, descaminho e desacato, por exemplo. Fonte: www.folha.uol.com.br
Antônio Miranda
Antonio Lisboa Carvalho de Miranda é maranhense nascido em 5 de agosto de 1940. Membro da Academia de Letras do Distrito Federal, foi colaborador de revistas e suplementos literários como o Suplemento Dominical do Jornal do Brasil e também o La Nación (Buenos Aires, Argentina) e Imagen (Caracas, Venezuela). Professor e ex-coordenador do Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação do Departamento de Ciência da Informação e Documentação da Universidade de Brasília, Brasil, ministra aulas e cursos por todo o Brasil e países ibero-americanos. Também é consultor em planejamento e arquitetura de Bibliotecas e Centros de Documentação. Doutor em Ciência da Comunicação (Universidade de São Paulo, 1987), fez mestrado em Biblioteconomia na Loughborough University of Technology, LUT, Inglaterra, 1975. Sua formação em Bibliotecologia é da Universidad Central de Venezuela, UCV, Venezuela, 1970. Foi Diretor da Biblioteca Nacional de Brasília de 2007 a 2010.
DETRÁS DEL ESPEJO, poemas de Antonio Miranda,
traducción y prólogo de Elga Pérez-Laborde. www.abraceeditora.com
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PARA VIVER COM POESIA
No fim tu hás de ver que as coisas mais leves são as únicas que o vento não consegue levar: um estribilho antigo, o carinho no momento preciso, o folhear de um livro, o cheiro que um dia teve o próprio vento...
Mário Quintana
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O tempo é lento demais para os que esperam... rápido demais para os que temem... longo demais para os que sofrem... curto demais para os que celebram... mas para os que amam, o tempo é eterno. (Henry Van Dyke)
Nicolas Behr - Poesia Pau-Brasília
Nicolas Behr (Nikolaus von Behr) nasceu em Cuiabá, em 1958. Cursou o primário com os padres jesuítas em Diamantino, MT, onde os pais eram fazendeiros. Mudou-se para a capital aos 10 anos e queria ser geólogo, arqueológo ou historiador. Mora em Brasília desde 1974. http://www.nicolasbehr.com.br/
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POESIA
Versos de bar em bar
A geração mimeógrafo, que tem emNicolas Behr o mais conhecido representante na cidade, fez escola e tem seguidores. Uma delas é Mira Alves, poetisa que busca divulgar o trabalho distribuindo seus livretos em bares e restaurantes de Brasília. Informações: miraa1. ecosol@gmail.com ou 8157-4119.
Poeta Jorge Amâncio
Jorge Amancio é fundador do Centro de Estudos Afro Brasileiro e do Grupo Cultural Axé Dudu. Faz parte da Academia de letras do Brasil - secção DF, do Coletivo de Poetas de Brasília e do Sindicato dos Escritores do Distrito Federal. Já participou de diversas antologias e publicou em 2007 o livro NEGROJORGEN. É coordenador do projeto Poemação – Sarau Videoliteromusical, que acontece na Biblioteca Nacional de Brasília. Mantém os blogs negrojorgen.blogspot.com e poemacao.blogspot.com.
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"Vivemos em um continente cheio de anacronismos. Por isso é um terreno fértil para a literatura. O escritor não pode escapar dessas percepções, mesmo que só queira contar uma história de amor"SERGIO RAMÍREZ escritor nicaraguense
Marcos Freitas
Brasília/DF . “Escrever é fácil: você começa com uma letra Maiúscula e termina com um ponto final. No meio você coloca as idéias.” Neruda. "Temos a arte para que a verdade não nos destrua..."; Nietzsche http://emversoeprosa.blogspot.com/
Lançamento ( 2010) mf
Livro de Marcos Freitas - URDIDURA DE SONHOS E ASSOMBROS (Poemas Escolhidos 2003-2007).
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“ Pode-se conhecer facilmente o caráter de um homem pela relação que ele mantém com o idioma (...).Elegância demasiada é suspeita, porque encobre um vazio.(...)O brasileiro, até mesmo no sentido filosófico, fala com sinceridade.Ele ainda deve criar sua própria linguagem.Isso também o obriga a pensar com sinceridade."João Guimarães Rosa
Jorge Ferreira
Empresário e escritor (poeta). Mineiro da cidade de Cruzília. Proprietário de bares em Brasília: Feitiço MIneiro, Armazém do Ferreira, Bar Brasília, Bar Brahma, Mercado Municipal ...
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Durante dias e dias o país inteiro discutiu uma miragem, um não-fato, algo que não existia. E na discussão se leu de tudo, analistas com julgamentos definitivos sobre a questão, acadêmicos soltando sentenças condenatórias, jornalistas atirando flechas na miragem.
O livro massacrado não defendia a norma “inculta”. Apenas seguia recomendações do Ministério da Educação, em vigor desde 1997, de não desprezar a fala popular. Era uma recomendação para que os jovens alfabetizados, que aprendem a falar corretamente, não desprezem pessoas do seu próprio meio, que não tiveram acesso à chamada norma culta.
Livro singelo de versos e causos do mineiro Jorge Ferreira foi escrito com entusiasmo para presentear os amigos no dia dos seus 50 anos. O bom texto traz imagens claras e potentes: seu próprio eu, que ele mesmo estranha; o pai que partiu antes da hora; o tio morto com seu terno azul de lisras claras e a gravata ainda cheiranda naftalina; uma Paulinha que se foi porque tudo tem seu fim; uma homenagem ao amigo que a política, cruel, abateu, mas voltará. Curtam este livro extraindo dele as palavras de um bom companheiro.
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