sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Manchetes do Edu

A INFRA E A SUPER ( 15/08/2013), por José Roberto, jornalista e poeta.
        Por que as massas se rebelaram em junho? Traduza-se “massas” pelo conceito genérico de juventude escolarizada de classe média, inclusive o discutível segmento C. Conforme o ridículo discurso oficial, os jovens (e muitos velhos renitentemente rebeldes) ficaram tão felizes com a cornucópia de benesses do lulopetismo que clamam e apedrejam por mais: mais estradas sem buracos, mais impostos bem empregados, mais exemplos de honestidade, mais respeito às instituições.  … leia mais: www.banalidadescult.blogspot.com
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            Em brilhante artigo no “Le monde diplomatique” (nº 73), o sociólogo Silvio Caccia-Bava afirma que “o grito de protesto é (contra) com a vida insuportável nas cidades”. Ao privatizar serviços públicos, o capitalismo rege-se pelo lucro e cobra do trabalhador o que indiretamente já se pagou via impostos. A produção do viver urbano fica mais cara ao assalariado, na linha do discurso do Movimento Passe Livre – MPL. 
            Todavia, a análise se detém ao nível da infraestrutura. Não critica nem mesmo o modelo consumista praticado pelos governos Lula-Dilma, com base na compra de carros, ativos domésticos e crédito. Vá lá que as cidades estão engarrafadas, mas não é de hoje que os serviços públicos deixam a desejar. Por que só agora caiu a ficha?
            Quem explica é o psiquiatra e ensaísta Fernando Flora, autor de “Lula e o PT – da esperança ao feijão-com-arroz” (Editora Thesaurus). Contra o marketing do governo de céu cor-de-rosa, a explosão das ruas em junho foi motivada, conforme este analista, pela assunção à realidade de um mal estar ético que estava fermentando no inconsciente coletivo das redes sociais, um questão, portanto, de superestrutura.
“O julgamento do Mensalão desceu às ruas”, analisa Flora. A motivação da Revolta do Vintém foi a indignação moral e a busca de um freio ético à bandalheira no mundo político que tem reduzido ideais mudancistas ao fisiologismo com reflexos no cotidiano.  Atenção: O Sete vem aí.


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